O desastre sem precedentes que devastou o Rio Grande do Sul é a principal marca do ano que chega ao fim. O mundo assistiu atônito às enchentes que causaram 183 óbitos e retiraram de casa mais de 442 mil moradores, afetando cerca de 2,4 milhões de pessoas. Entre as áreas de maior destruição, o Vale do Taquari.
A região recém havia sido duramente impactada pelas cheias anteriores, em setembro e novembro de 2023. Ainda no processo de reorganização, o novo fenômeno chegaria para arrasar municípios, desconfigurar comunidades e deixar um rastro de destruição, cujas consequências são enfrentadas até hoje.
Ainda que a microrregião de Teutônia não tenha sido tão atingida na comparação com cidades vizinhas, que são margeadas pelo Rio Taquari, o cenário foi grave e representou o pior acontecimento climático da história do município. Foram três óbitos, centenas de pessoas desalojadas, estradas e pontes perdidas, com a elevação dos arroios locais.
Entre os fatores de maior preocupação, esteve o perigo de deslizamento em áreas como o Morro da Harmonia e o Morro de Areia, em Linha Ribeiro, o que permanece como risco em potencial, desafiando famílias, autoridades e equipes técnicas.
Ao passo que tentam superar as sequelas, sociedade e poder público seguem com a tarefa de assimilar a catástrofe, aprimorar protocolos e evoluir estratégias de prevenção e resposta, com a certeza de que outros eventos climáticos extremos tendem a acontecer. 2024, portanto, por muito tempo será lembrado como o ano da maior tragédia ambiental do RS.
Embora ofuscados pela hecatombe, outros acontecimentos mexeram com o cotidiano da comunidade microrregional e também precisam ser contemplados em uma análise retrospectiva sobre o ano.
Na política, as eleições municipais agitaram as forças partidárias muito antes da campanha, com movimentos e articulações intensas, que resultaram na maior quantidade de candidatos para a disputa ao Executivo em Teutônia. Como resultado nas urnas, predominou a vontade de mudança, visto que apenas dois governos foram reeleitos, no âmbito dos municípios do G7 (Fazenda Vilanova e Imigrante).
Na economia, os desdobramentos da crise da Languiru seguem como motivo de apreensão e expectativas quanto a negociações que possam amenizar o colapso financeiro da cooperativa em liquidação. Por outro lado, novos empreendimentos chegam à cidade e diversificam os negócios, principalmente no contexto pós-enchente. Se por um lado geram riqueza e abrem vagas, por outro exigem planejamento e organização.
Confira, mês a mês, alguns dos fatos que marcaram o ano na microrregião.
01 – JANEIRO
Forte vendaval com rajadas de 126 km/h causava estragos em casas, empresas, estradas e escolas em Teutônia e Paverama.
02 – FEVEREIRO
• Vice-prefeita Aline Kohl liderava o PL em desembarque do governo, com vistas às eleições.
• Supermercado Zart assumia estabelecimento da Languiru em Poço das Antas.
03 – MARÇO
• Westfália inaugurava o monumento a Henrique Uebel, o “homem-orquestra”.
• Assembleia Legislativa aprovava projeto que autoriza uso de créditos do ICMS facilitando aquisição do frigorífico de suínos da Languiru pela JBS. Negociação ainda não se confirmou.
04 – ABRIL
• Após o registro do primeiro óbito por dengue em Teutônia, município reforçava combate ao mosquito.
• No campo empresarial, o Supermercado Passarela assumia a antiga unidade matriz da Languiru.
05 – MAIO
Enxurradas sem precedentes colapsaram o sistema hidrográfico do estado, causando a maior catástrofe ambiental da história gaúcha.
06 – JUNHO
• CIC Teutônia e Univates firmavam parceria para cursos gastronômicos.
• Governo municipal contratava o PA+ para reforçar o pronto-atendimento em saúde.
07 – JULHO
• Teutônia selava acordo de co-irmandade com a cidade alemã de Mengerschied.
• Em assembleia, associados aprovavam prorrogação da liquidação extrajudicial da Languiru.
08 – AGOSTO
Cooperagri inaugurava novo complexo comercial, industrial e administrativo em Linha São Jacó.
09 – SETEMBRO
• Assembleia da Languiru apresentava resultados da auditoria externa sobre motivos para o colapso.
• Evento no Hospital Ouro Branco debatia projeto de UTI.
10 – OUTUBRO
População ia às urnas para definir prefeitos e vereadores. Ex-prefeito Renato Altmann era o escolhido para governar Teutônia.
11 – NOVEMBRO
IBGE divulga dados demográficos sobre bairros. Com 14.699 habitantes, Canabarro segue como maior bairro do Vale, superando população de 30 municípios da região.
12 – DEZEMBRO
Bancada gaúcha no Congresso elege projeto da Transcitrus entre prioridades e sinaliza com R$ 12,5 milhões para obras.