Um estudo preliminar realizado pela Fiergs aponta que 85% dos produtos da indústria gaúcha vendidos aos Estados Unidos serão afetados pelo “tarifaço” de 50% imposto pelo presidente Donald Trump. A medida entra em vigor na próxima quarta-feira, 6. Além disso, o Rio Grande do Sul deverá ter a segunda maior perda de receita do seu PIB, cuja estimativa chega a R$ 1,5 bilhão, atrás apenas de São Paulo. Atualmente, 1,1 mil empresas exportam para os Estados Unidos e empregam 145 mil trabalhadores.
Mesmo com a isenção anunciada por Trump, o Estado ficou bem abaixo da média nacional. Enquanto que no Brasil, 44,6% dos produtos não sofrerão com a aplicação da taxa mínima, o percentual gaúcho é de apenas 15%. “Estes números mostram a magnitude do problema que já começamos a enfrentar na forma de cancelamento de encomendas, embarques suspensos, negócios desfeitos, desaceleração da produção e férias emergenciais, entre outros impactos”, afirma a Fiergs.
Nesta sexta-feira, 1, o colegiado da entidade se reuniu e definiu algumas demandas que serão direcionadas ao governo estadual. Entre elas, estão incentivos fiscais, com a liberação do saldo credor de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) na exportação, e a ampliação da linha de crédito no valor de R$ 100 milhões, do Banco Regio0nal de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE). Uma reunião está prevista com as Secretarias de Desenvolvimento Econômico e Fazenda na próxima terça-feira, 5.
Governo Federal
Em relação ao Governo Federal, outras demandas estão em articulação. Uma delas é a liberação de crédito subsidiado, nos moldes do que foi feito no âmbito estadual. “Acreditamos que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pode oferecer juros em condições ainda melhores”, afirmou o presidente da Fiergs, Cláudio Bier.
A proposta é criar uma linha de financiamento com taxas entre 1% e 4% ao ano, específica para garantir capital de giro às empresas que tiveram suas exportações impactadas, bem como a suas cadeias produtivas. A FIERGS também irá pleitear o pagamento imediato dos pedidos de ressarcimento de saldos credores de tributos federais, como PIS/Pasep, Cofins e Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), já homologados pela Receita Federal, além de mecanismos para garantir compensações mais ágeis.