Uma ideia que surgiu na Escola Estadual de Ensino Médio Reynaldo Affonso Augustin e se transformou em um espaço multicultural no Loteamento 8, Bairro Canabarro. Este é o Centro Cultural Tradicionalista (CCT) Querência Amada, fundado em 6 de janeiro de 2010 e que, desde o início, conta com a presença de José Hélio da Silva, o “Tio Hélio”.
Aos 76 anos, Tio Hélio foi o primeiro patrão e atualmente está de novo à frente da entidade. Ele lembra que, em 2009, era presidente do Grêmio Estudantil da Augustin, onde cursava a Educação para Jovens e Adultos (EJA), quando tentou criar um Departamento de Tradições Gaúchas (DTG). Não houve avanço.
Incentivado por um amigo, contudo, o tradicionalista decidiu criar uma entidade plena (ou seja, com invernadas e tudo que tivesse direito) para contemplar essa região teutoniense. Então, buscou o suporte do MTG. De lá, trouxe o modelo do estatuto e, enfim, o objetivo foi levado adiante. Em dezembro de 2009, ocorreu a primeira reunião, no Grêmio Recreativo Canabarrense, e duas semanas depois, a formalização na “casa do Paulo das Bebidas”.
Estrutura
Embora haja a versão em papel, Tio Hélio fez questão de escrever um resumo da ata também em um tirador de couro, que fica exposto ao lado da entrada. “A principal diferença para um CTG é o fato de abrangemos diferentes culturas”, esclarece o patrão.
No que tange à infraestrutura, o CCT possui uma área de 1,5 hectares com pista para rodeios em dimensões oficiais, arquibancada e cabine de narração, um museu, montado com doações de sócios e frequentadores, e, a partir do dia 16 de novembro, terá nova biblioteca. Cerca de 100 obras devem fazer parte do acervo. O espaço recebeu recursos do Fundo Social da Sicredi Ouro Branco RS/MG. Atualmente, entre dança de salão e campeira, são mais de 40 integrantes.
Envolvimento comunitário
Em 2012, a prefeitura repassou o terreno para o CCT erguer sua sede. A partir daí, criou-se uma ampla mobilização da comunidade, principalmente do Bairro Canabarro, na construção do galpão. Estima-se que pelo menos metade do prédio foi feito com o auxílio dos moradores e empresas, seja por meio de mão de obra, doação de dinheiro ou materiais. As madeiras, por exemplo, vieram de Fazenda Vilanova.
Para Tio Hélio, o galpão foi um divisor de águas na trajetória do CCT, pois centralizou as atividades. Igualmente, demonstrou a forte ligação desenvolvida com a comunidade, alicerçada no carinho, respeito e confiança. Essa identificação se mostra forte cada vez que são promovidos eventos.
A questão social igualmente é levada a sério, pois o CCT também oferece oficinas e aulas de dança para crianças e jovens, além de realizar outras ações beneficentes. Um dos objetivos é incentivar a identificação das novas gerações com a cultura do Rio Grande. Na Semana Farroupilha, não foi diferente, tanto na sede quanto no Acampamento.
Questionado sobre o que significa fazer parte do CCT, Tio Hélio define em uma expressão marcante: “é minha vida!”. O tradicionalista também já esteve à frente da patronagem do CTG Porteira dos Pampas, em 1996.

Há pouco mais de 15 anos, Tio Hélio foi o idealizador da entidade tradicionalista