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Associação Pró-Autismo

Após cessão, ONG Floco Azul busca apoio para reformar nova sede

Entidade projeta transformar imóvel localizado na Avenida 1 Leste em um centro de referência às famílias.

Por: Marcel Lovato

02/10/2025 | 11:33
Tainá, João Pedro e Poliana. Imóvel deverá simbolizar uma virada de chave para a entidade. Foto: Doris Gottardi
Tainá, João Pedro e Poliana. Imóvel deverá simbolizar uma virada de chave para a entidade. Foto: Doris Gottardi

Após a Câmara de Vereadores aprovar a cessão por seis anos de um imóvel público para a Floco Azul – Associação Pró-Autismo de Teutônia –, a ONG projeta transformar o espaço localizado na Avenida 1 Leste em um centro de referência para as 80 famílias associadas e demais que necessitem de auxílio. Conforme a atual presidente Tainá Quint, a casa de 140,64 m², contudo, precisa passar por uma série de reformas antes de receber o público. Isso significa trocar desde o piso até o forro, bem como as aberturas. Para isso, o apoio da comunidade é fundamental.

Tainá destaca que a ideia consiste em adaptar o local com uma sala de acolhimento, sala multissetorial, cozinha, sala de atendimento para psicólogos, fonoaudiólogos e demais profissionais, além de um ambiente especial que seja uma “extensão das casas” das pessoas autistas.
Uma infraestrutura totalmente acessível, inclusive com playground na área externa e manutenção da árvore existente no terreno. Ainda não há definido orçamento previsto. Cofundadora e ex-presidente da Floco Azul, Poliana Steincke, acrescenta que a base do desenvolvimento das crianças com TEA é a questão motora, aliada com a repetição.

Luta histórica

Poliana lembra que a cedência da casa simboliza uma luta de anos, uma vez que a Floco Azul está registrada desde 2021, mas já havia movimentos anteriores. Até pouco tempo, o imóvel era compartilhado com o Rotary, Apante e o Lions. Porém, essa divisão inviabilizava os planos da ONG, assim como a própria reforma, uma vez que o Rotary era o gestor principal.

A ex-presidente se emociona ao lembrar o esforço em conjunto para constituir a ONG e obter um espaço mais apropriado, bem como a importância de levar mais conhecimento à comunidade, a fim de mudar perspectivas, amadurecer compreensões e encorajar as famílias. “Queria muito ser meu filho crescer em um mundo sem preconceitos”, aponta. Poliana é mãe de João Pedro, de 7 anos.

Tainá reforça que uma das pretensões da Floco Azul para o próximo ano é trazer profissionais para aumentar a oferta de formações para a população. A partir da teoria, o público poderá auxiliar de uma forma mais assertiva. Prática e realidade fazem toda a diferença, assim como proceder com o diagnóstico e tratamento precoce. “É preciso que cada vez unamos forças para alcançar mais famílias e renovar a rede de apoio. Uma missão, inclusive, de todos nós”, enfatiza a presidente.

Trata-se, acrescenta, de uma caminhada longa, lenta em função de uma série de burocracias, feita degrau por degrau. Nesse sentido, a casa servirá também para informar as famílias e encurtar os caminhos para obtenção do diagnóstico e, consequentemente, o acesso aos direitos da pessoa autista.

A ONG

A Floco Azul não possui fonte fixa de recursos e depende de projetos solidários e apoio da comunidade. O valor já arrecadado não cobre a reforma necessária. Doações podem ser feitas pelo Pix CNPJ 42.901.294/0001-72. A ONG conta ainda com perfis no Facebook e Instagram, nos quais divulga campanhas e presta contas sobre as suas atividades, assim como o site flocoazul.ong.br.

A formação da comunidade é outro pilar: a Floco Azul organiza eventos, encontros e palestras com especialistas em neuropediatria, psicopedagogia, fonoaudiologia e fisioterapia. Recentemente, participou de um congresso nacional em Pelotas, que reuniu mais de mil pessoas, incluindo profissionais internacionais.

Além disso, a entidade obteve apoio do Fundo Social da Sicredi Ouro Branco para financiar avaliações neuropsicológicas. O projeto beneficia crianças de famílias que ainda não tinham diagnóstico formal. Assim, possibilita a identificação do autismo, Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) associado ou outros contextos.

ONG Floco Azul pede apoio da comunidade para promover reforma do imóvel. Foto: Marcel Lovato

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