23 de outubro de 2025
28ºC | Tempo limpo

ILUSTRE CIDADÃ

“Vivam o hoje, o agora. O amanhã a Deus pertence”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Isolde Livena Lenhard

Por: Marco Mallmann

23/10/2025 | 09:27 Atualização: 23/10/2025 | 09:32
Isolde Livena Lenhard
Isolde Livena Lenhard

Ex-soberana regional do Vale do Taquari, e das regiões do Vale do Rio Pardo e Serra, Isolde Livena Lenhard tem 69 anos. Natural de Nova Santa Rita, no interior de Estrela, veio residir em Teutônia aos 18 anos e acompanhou o movimento de emancipação e o crescimento do município ao longo dessas cinco décadas. Mãe de Adriane Beatriz e Ana Cristina, entusiasta dos bailes da chamada Melhor Idade, Isolde destaca o orgulho de ter atuado, por muitos anos, como empregada doméstica, em casas de família, e por ter convivido, desde pequena, com pessoas idosas.

Como iniciou o seu envolvimento com os grupos de idosos?

Isolde Livena Lenhard Faz cerca de 40 anos. Naquela época, minha patroa era presidente do Grupo Bem-Me-Quer, do Bairro Teutônia. Faço parte desde a fundação e contribuí em vários momentos como presidente, cargo que exerço atualmente.  

Como funciona o grupo Bem-Me-Quer hoje?

Isolde Temos cerca de 110 associados ativos. Antes de ser grupo da terceira idade, era um clube de mães, somente com participação das mulheres. Fazíamos atividades e auxiliávamos o Opa Haus e as escolas infantis (creches) organizando eventos, como shows de patinação, entre outros. Tivemos que trocar o nome, pois o clube de mães não tinha direito a seguir recebendo verbas públicas para organizar atividades. Foi então que fundamos o grupo da melhor idade, englobando homens também.

Como é sua participação nos bailes? 

IsoldeTemos bailes nos sábados e, às vezes, nos domingos, além dos bailes no Clube Teutoniense nas quartas à tarde e domingos à tardinha. Acredito que, de uma maneira geral, a programação que proporciona diversão e lazer para os idosos é bastante intensa e estamos tendo o devido reconhecimento.

Quais os principais títulos conquistados ao longo desses anos?

Isolde Em 2018, fui eleita soberana de Teutônia, cargo que ocupei por dois anos. Foi uma honra muito grande para mim, éramos sete candidatas e ser escolhida foi uma surpresa enorme e posso dizer, com certeza, de que representei o cargo muito bem. Depois, em 2019, conquistei a faixa de primeira princesa regional do Vale do Taquari, Vale do Rio Pardo e Serra, com a madrinha de Teutônia, Silma Lang Marques, como segunda princesa. Mais tarde, em 2022, participei em Arroio do Meio e consegui novamente alcançar o título de primeira princesa regional do Vale do Taquari.

Qual a sensação de participar e poder representar o município?

Isolde É uma alegria muito grande poder representar Teutônia nos eventos. Tenho muita gratidão. Esse papel também motiva outros idosos a participar. Ao longo desses anos, fiz muitas amizades. Isso é algo que, para mim, não tem preço. Com os títulos, as pessoas veem a gente com outros olhos. Eu adoro conversar com todos, seja jovem ou idoso, pobre ou rico.

Como você avalia a importância da terceira idade?

Isolde Eu sempre defendi os idosos. Se alguém quiser brigar comigo é só falar mal da terceira idade. Eu perdi minha mãe com três meses e fui criada por minha avó. Então, desde criança eu cresci com pessoas de idade. Trabalhei em casas de famílias, então, para mim, a terceira idade é fundamental. São pessoas que merecem todo o reconhecimento. Nos bailes participam pessoas de bengala, muleta, andador e até de cadeira de rodas. Muita gente não respeita a terceira idade e eu já chamei atenção de pessoas mais jovens para que cuidem para não esbarrar nos velhinhos que estão dançando mais devagar.

Qual a importância dos bailes da terceira idade?

Isolde Os bailes são momentos em que todos se encontram. Há uma união muito grande entre as pessoas. Acredito que os idosos devem valorizar ao máximo esses momentos. Vivam o hoje, o agora, e não deixem para amanhã. Hoje nós podemos fazer tudo o que queremos. O amanhã a Deus pertence. Aproveitem cada minuto da vida, os bailes da Melhor Idade, porque é algo que não tem preço. Aproveito para convidar aqueles que já têm 60 anos, ou mais, que ainda não se consideram velhos e seguem apenas trabalhando. Quando vê, acontece alguma coisa e essas pessoas não aproveitaram a vida. Eu e meu companheiro, Celson Pott, sempre nos motivamos a sair, aproveitar cada momento. Ir aos bailes, ver a alegria nos rostos das pessoas, é um momento muito especial.

Leia também as Edições Impressas.

Assine o Informativo Regional e fique bem informado.