A Cooperativa Languiru confirma a intenção de promover o leilão judicial do frigorífico de suínos localizado em Poço das Antas. O plano é dar início ao processo logo no início deste ano, com expectativa de conclusão ainda no primeiro semestre. A medida busca viabilizar recursos para amenizar o cenário de endividamento da organização. A unidade está com as atividades paralisadas desde a metade de 2023.
A estratégia prevê garantir o pagamento de parte dos credores e aplicar parte dos recursos na cadeia de aves, visto que esta consiste na operação mais lucrativa da cooperativa atualmente. De acordo com a Languiru, 50% do resultado obtido com a venda será investido na ampliação da capacidade de alojamento de aves, enquanto o restante será destinado ao fundo de pagamento de dívidas.
A opção pelo leilão judicial, em vez de uma venda direta, foi adotada por questões de segurança jurídica. O modelo garante ao comprador que o bem seja adquirido livre de quaisquer pendências ou problemas de alienação.
Com o fim do recesso do Judiciário nesta semana, a cooperativa espera que o processo de leilão seja protocolado nos próximos dias. Entre as etapas necessárias, estão a publicação no Diário Oficial da União, a definição das regras de habilitação para as empresas interessadas e a contratação de um leiloeiro para acelerar o andamento do processo.
O frigorífico de suínos de Poço das Antas foi avaliado em R$ 169 milhões, valor que supera a última estimativa de R$ 162 milhões. O leilão será realizado em duas chamadas: na primeira, o lance inicial deve ter o valor total; não havendo compradores, a segunda fase terá como lance inicial 50% do valor, cerca de R$ 84 milhões.
A estratégia da Languiru prevê a destinação de R$ 50 milhões em juízo para o pagamento de credores garantidos, incluindo Badesul e Fundopem. Do montante restante após o pagamento inicial, 50% será alocado ao fundo de pagamento de dívidas e os outros 50% serão aplicados na cadeia produtiva de aves.
Projeções para os próximos anos
A dívida total da cooperativa supera R$ 1 bilhão. Desse montante, R$ 944,9 milhões correspondem a dívidas com garantias. O plano de pagamento prevê a quitação total em um prazo de 30 anos, com renegociação de juros junto aos bancos. A gestão da cooperativa tem expectativa de quitar as dívidas em um prazo de 10 a 11 anos.
Para gerar caixa e reduzir os prazos de pagamento, a Languiru pretende aumentar a produção de aves e de leite, áreas consideradas mais rentáveis. Essa estratégia visa equilibrar as finanças e manter a operação ativa durante o processo de reestruturação.
A Languiru pretende apresentar detalhes sobre atividades realizadas e resultados de 2024 ainda neste mês.