Um grupo de representantes de entidades do Vale do Taquari, da Serra e do setor de transportes entregou, na tarde desta segunda-feira, 20, à Secretaria da Reconstrução Gaúcha, ofício sobre o Plano de Concessões das Rodovias Estaduais. No documento, as organizações apresentam 10 itens como pontos de melhorias na proposta do Piratini.
O material foi entregue em mãos ao titular da pasta, Pedro Capeluppi. O texto é assinado por CIC-VT, CIC-Serra, Codevat, Amvat, Amat, Avat, Amturvales, Fetransul e Setcergs. O secretário estadual disse que analisará as reivindicações.
Entre os pontos principais, o grupo destaca a necessidade de maior prazo para análise da proposta. As entidades ressaltam que o tempo exíguo para o debate acerca de uma tema tão importante pode comprometer a qualidade do projeto e prejudicar as regiões envolvidas por décadas. Por isso, solicitam a postergação da audiência pública em 120 dias, visando análises mais aprofundadas dos estudos técnicos.
O documento também pede a redução de tarifas de pedágio e a revisão de critérios técnicos e financeiros para garantir benefícios reais às comunidades afetadas.
O preço-base é considerado elevado, ainda mais que aumentam em mais de 30% após a duplicação de trechos das rodovias. As entidades alertam que custos podem comprometer o desenvolvimento econômico da região, que já enfrenta desafios logísticos. Além disso, sugerem a isenção de tributos sobre a arrecadação dos pedágios, para evitar a chamada “bitributação”.
A revisão dos dados de Volume Diário Médio (VDM) também é solicitada, uma vez que estudos recentes apontaram inconsistências nas projeções. A atualização é considerada essencial para evitar distorções nas tarifas e garantir maior precisão nos cálculos.
As entidades ainda pedem maior aporte de recursos do FUNRIGS, especialmente em função dos danos causados pelas enchentes de 2023 e 2024, que afetaram a infraestrutura da região.
Diálogo aberto
O coordenador do grupo técnico, Adelar Steffler, vice-presidente da CIC VT, destacou o diálogo aberto com o secretário Pedro Capeluppi como um avanço significativo:
“Foi mais um ponto positivo. Temos espaço e tempo para discutir, analisar com a comunidade, prefeitos e lideranças. Há um prazo de 90 dias até que o governo organize e finalize o projeto. A principal vantagem é que o secretário está sempre disposto a dialogar, e isso nos permite apresentar nossas demandas e discutir o que realmente precisamos para o Bloco 2,” afirmou Steffler.
Ele também ressaltou a diferença em relação a processos anteriores. “Nas outras vezes, ninguém sabia ao certo do que se tratavam os projetos ou como as obras seriam feitas. Agora, entregamos nossa documentação, detalhando as limitações e prioridades da região, com a certeza de que elas serão analisadas.”
A iniciativa busca garantir que o projeto de concessão traga melhorias reais para o Vale do Taquari e demais regiões abrangidas, promovendo desenvolvimento com tarifas justas e infraestrutura adequada.
Confira o documento na íntegra.