19 de abril de 2025
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EFEITO DO LA NIÑA

Estiagem prejudica lavouras de milho e soja na microrregião

Cultivares apresentam desenvolvimento abaixo do esperado, com perdas significativas

30/01/2025 | 08:47
Carlos Fries, da Emater/RS-Ascar de Teutônia, observa o fraco desenvolvimento do milho safrinha pela falta de chuva | ANA CÂNDIDA JORDANI BARTH/EMATER/DIVULGAÇÃO
Carlos Fries, da Emater/RS-Ascar de Teutônia, observa o fraco desenvolvimento do milho safrinha pela falta de chuva | ANA CÂNDIDA JORDANI BARTH/EMATER/DIVULGAÇÃO

A redução nas precipitações no Rio Grande do Sul configura um cenário de estiagem, especialmente no Centro-Oeste do RS, onde os danos nas lavouras são mais acentuados. A Emater/RS-Ascar informou que as áreas mais afetadas são aquelas semeadas no início de novembro, que apresentam floração abaixo do esperado, com queda de folhas e flores, resultando em perdas significativas de estruturas reprodutivas e potencial decréscimo na produtividade.

Em regiões mais críticas, em razão do longo período sem precipitações ou da presença de solos rasos e arenosos, observa-se mortalidade de plantas jovens por enraizamento inadequado, folhas comprometidas e desenvolvimento vegetativo abaixo do esperado.

O extensionista rural agropecuário da Emater/RS-Ascar de Teutônia, Carlos Daniel Fries, confirma que os agricultores que cultivaram soja mais tarde, ou então plantaram milho safrinha para silagem, amargam perdas pela falta de chuva. Ele aponta que, como os episódios de estiagem se repetem a cada ano, é importante que os agricultores adotem estratégias, como projetos de irrigação e reservação de água. Fries reforça que a Emater é órgão competente para realizar os levantamentos do que é necessário para desenvolver os projetos nas propriedades, encaminhando a documentação e, inclusive, intermediando a questão de financiamentos com agentes bancários.

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Teutônia/Westfália/Poço das Antas, Liane Brackmann, aponta que, na microrregião, a questão da estiagem é preocupante, mesmo com a chuva verificada na segunda-feira, 27 de janeiro. “Já está atrasado o plantio do milho safrinha e aquele milho que já está plantado, ou não corresponde, ou não germina, podendo sofrer danos”, adverte.

A dirigente lembra que o cultivo de soja também sofre consequências e que, no momento, as perdas em outras culturas de subsistência, como hortaliças e frutas, igualmente iniciam. “Com as altas temperaturas, começa também a redução na produção do leite, enfrentamos problemas em termos de resfriamento de aviários e chiqueirões”, aponta.

Mesmo com chuvas em determinados pontos do estado, Liane assegura que os sindicatos, através da Fetag-RS, já estão atentos para avaliar o cenário. “Não estamos com falta d’água até o momento, mas, infelizmente, a pauta da questão climatológica, ou com a seca, ou com as enchentes, está constantemente presente e algum percentual já foi afetado. Temos que pensar em políticas estruturais e conjunturais, de irrigação, de captação de água, para minimizar a questão da seca, pois é uma questão que, ano após ano, está acontecendo”, completa.

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