Na sessão legislativa de 8 de abril, o projeto do Executivo N˚ 46, que autoriza firmar acordo judicial e repassar R$ 400 mil à Associação Beneficente Ouro Branco (Abob), por atendimentos e procedimento realizados pelo Hospital Ouro Branco (HOB) a munícipes nos anos de 2022, 2023 e 2024, foi o principal tema.
Werner Wiebusch (PDT) explicou que os valores, para serem pagos, necessitavam parecer favorável de auditoria e que, na época, o parecer havia sido contrário, o que fez com que o ex-prefeito, Celso Forneck, não tivesse feito o repasse. Inicialmente, ele sugeriu que a matéria ficasse baixada para que os documentos fossem encaminhados para análise do Legislativo. No entanto, após ouvir as justificativas dos demais vereadores, desistiu de pedir baixa e foi favorável ao projeto.
Jeferson Körner (PDT) lembrou que, a partir de 2017, a prefeitura aderiu à Gestão Plena de Saúde, o que fez com que os recursos viessem diretamente do governo federal ao município. Ele reforçou a posição de Wiebusch, de que as contas auditadas não estavam em conformidade com o contrato, e que, por esse motivo, o assessor jurídico da época teria aconselhado o Executivo a não pagar. “Agora, a ideia é fazer a quitação. Acho louvável que o prefeito faça esse acordo e encerre logo a questão. Os serviços foram prestados pelo HOB”, reconheceu.
Hélio Brandão da Silva (PSDB) lembrou que a ação judicial da Abob cobra R$ 462.674,10 da administração municipal. “Será que não faltou diálogo, no final do ano passado, para que o governo Forneck fizesse o repasse?”, questionou, manifestando-se favorável, uma vez que o acordo proposto é menor do que a ação. Moisés Bageston Cardoso (PSD) e Valdir Oliveira do Amaral (PSD) também consideraram importante resolver a questão.
Outros assuntos
Neide Jaqueline Schwarz (PSDB) fez referência ao movimento contrário aos pedágios na região. Citou valores pagos em impostos em 2024, superando R$ 83 bilhões, entre os quais R$ 5 bilhões de IPVA, entre outros tributos. Mencionou os recursos em caixa do governo do RS e as vendas da Corsan, Sulgás e CEEE nos últimos anos. “Queremos saber para onde está indo o dinheiro pago para fazer e manter nossas estradas. Por que essa proposta de concessão, logo após a covid-19 e a catástrofe das enchentes no Vale do Taquari? É, no mínimo, estranho propor isso, nos tirando o direito de ir e vir sem ter que pagar. O povo gaúcho não quer redução, o povo não quer pagar mais este imposto. Os free flow são uma máquina legalizada para o governo roubar a nossa população”, desabafou. Ela mencionou uma manifestação pacífica, realizada no domingo (6), contra os pedágios, no trevo de acesso a Teutônia, e convidou para uma audiência pública na Câmara de Vereadores, no dia 5 de maio.
Representando o Grupo de Alcoólicos Anônimos Languiru, Hilário Warken, o Gauchinho, utilizou o espaço no intervalo da sessão e mencionou os 39 anos da entidade, que serão completados em 17 de abril. Convidou para as reuniões, nas segundas-feiras à noite, na Comunidade Católica do Bairro Languiru. Enalteceu a importância da Clínica Central, de Lajeado, onde realizou o tratamento. “Eu completo 31 anos de sobriedade em agosto. Lá na Central se aprende muita coisa, não é só parar de beber. Nos AA, somos muito simples e sérios. Não damos emprego para ninguém, mas damos condições a todos”. Gauchinho insistiu que o alcoolismo é uma doença e pediu que a administração encaminhe um projeto para auxiliar quem precisa de tratamento. Advertiu que os casos em Teutônia são muitos e que diversas famílias já foram recuperadas após a desintoxicação.

Protesto silencioso mostrou inconformidade com os pedágios que o governo pretende implantar através do Plano de Concessões de Rodovias | Foto: Volnei da Silva/VF Produtora/divulgação