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ILUSTRE CIDADÃ

“Sempre vi o esporte como uma grande oportunidade na vida das pessoas com deficiência”

O quadro Ilustre Cidadã entrevista Evelin Elisa Aschebrock Pacheco

24/04/2025 | 10:45 Atualização: 24/04/2025 | 10:50

Professora de educação física, formada pela Univates, e pós-graduada em Educação Especial Inclusiva pela Uniasselvi, Evelin Elisa Aschebrock Pacheco está há 12 anos na Apae Teutônia. Além de coordenadora de projetos, Evelin é uma das responsáveis por desenvolver modalidades esportivas na instituição, como a bocha adaptada, fazendo com que os alunos, tanto jovens quanto adultos, possam estar incluídos na sociedade. 

Como e quando surgiu a oportunidade de atuar na Apae?

Evelin Elisa Aschebrock Pacheco Durante a faculdade, tive contato com pessoas com deficiência em uma disciplina de atuação prática. A partir disso, me voluntariei em outras oportunidades e meu interesse por essa área ficou evidente. Após a conclusão do curso, recebi a informação de que a Apae estava contratando professor de Educação Física. O fato de ter tido a experiência com pessoas com deficiência me encorajou a deixar meu currículo na instituição.

O desenvolvimento de atividades esportivas dentro da instituição tem muito da tua iniciativa? Quando isto começou?

Evelin Sim. Sempre vi o esporte como uma grande oportunidade na vida das pessoas com deficiência. O interesse, a dedicação e a alegria que os alunos evidenciavam ao participar das aulas de educação física me fez acreditar que poderíamos ir além. Iniciei minha atuação na educação especial em 2013, mas em 2016, já com uma carga horária maior na Apae, consegui ir além das aulas e buscar oportunidades maiores. Em 2021, abraçamos a oportunidade de executar um projeto federal, indicados pela Federação Estadual das Apaes do Rio Grande do Sul. A partir dali, passamos a viver uma experiência muito intensa dentro do paradesporto.

Como é o teu dia a dia na instituição e o teu contato com os alunos?

Evelin Atualmente estou na coordenação de projetos, dividindo minhas horas de contato direto com os alunos. Sempre que possível, estou em quadra para acompanhar e conferir o trabalho que vem sendo realizado pelos demais professores de educação física da entidade. Sempre tivemos uma ótima relação, afinal, somos “os preferidos”. Mas a relação é recíproca, assim como vejo muita coisa boa em cada um deles, sinto que eles também gostam de mim ali, pertinho. Esse vínculo e o fato de ter alguém acreditando e investindo no potencial deles é muito importante para o desenvolvimento do trabalho.

O que representa a evolução e a inserção social cada vez maior dos alunos?

Evelin Entendo que muitos dos frutos que vêm sendo colhidos são graças ao fato de eles passarem a acreditar em si. Muitos desconhecem seu potencial por causa do rótulo que muitas vezes lhes é dado. Um laudo médico, um CID, muitas vezes faz com que a família, e até mesmo o próprio indivíduo, sinta que não é capaz, considerando a sua “deficiência”. A escola especial apresenta possibilidades e o esporte vem trabalhando habilidades que muitas vezes são desconhecidas por eles mesmos. Essas atividades promovem estas pessoas e fazem com que se sintam capazes e pertencentes. A evolução é uma consequência de um trabalho conjunto e muita dedicação por parte deles. Me sinto muito feliz mesmo, sabendo que eu tive uma grande parcela neste trabalho, que acreditei no potencial destas pessoas e hoje vemos tudo isso acontecendo. Grandes conquistas para os alunos, para as famílias, para a Apae Teutônia e para mim também, enquanto profissional.

Quais os teus sonhos e objetivos dentro da Apae Teutônia?

Evelin Apesar de já termos ido muito além do que um dia eu sonhei, hoje, com a nossa atuação e “colheita”, os planos são ainda maiores. É fato que o nosso espaço hoje limita a ampliação de serviços e práticas e, com isso, impede de crescer. Sonho em termos um espaço próprio, um ginásio esportivo, onde as atividades possam ser realizadas diariamente, com todo o suporte necessário para nossos alunos. Hoje as atividades são realizadas em espaço comum na escola, o que limita a execução das atividades. Considerando nossas possibilidades e carência na região, entendo que poderíamos estar atendendo não apenas alunos matriculados na Apae, mas também pessoas com deficiência de toda a região, que poderiam estar se beneficiando com o esporte. Oferecer outras possibilidades e modalidades esportivas também é um grande sonho, dando oportunidades para todos poderem se divertir e se beneficiar com a prática esportiva adaptada aos seus desejos e necessidades.

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