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ATIVIDADES ESSENCIAIS

O Natal de quem não pode parar

Profissionais de serviços essenciais compartilham desafios e alegrias de trabalharem durante as festas de fim de ano

20/12/2024 | 13:53 Atualização: 08/01/2025 | 10:12
Profissionais da área da saúde são exemplo de categoria que não paralisa as atividades (Foto: Jéssica Bayer)
Profissionais da área da saúde são exemplo de categoria que não paralisa as atividades (Foto: Jéssica Bayer)

Enquanto muitas famílias se reúnem para celebrar o Natal, há profissionais que passam essa data longe dos seus, dedicados a manter serviços essenciais em funcionamento. São pessoas que, mesmo diante do sacrifício pessoal, encontram formas de celebrar e, principalmente, de ajudar quem mais precisa. Entre eles estão os socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) e as equipes hospitalares, que vivem um Natal diferente, marcado pelo compromisso e pela solidariedade.

Sidinei de Borba, socorrista do SAMU, conhece bem essa realidade. Trabalhando em turnos de 12 horas, das 19h às 7h, ele explica como a rotina de quem atua na área de urgência se adapta às celebrações. “Quem trabalha nessa área já sabe que, às vezes, não vai ter Natal junto com a família. A gente encontra um momento para celebrar, nem que seja ao meio dia ou depois do plantão. É uma adaptação necessária, porque alguém terá que estar ali para atender quem precisa”.

Sidinei fala com paixão sobre o trabalho. “O que nos motiva é fazer o que gostamos, trabalhar com amor. Muitas vezes, a família de quem atendemos só precisa de um gesto de carinho, de uma conversa. Acredito que isso é um dom, algo que vem desde pequeno, de família. É gratificante ajudar o próximo, e eu vejo que Deus nos retribui de várias formas: com saúde, com alegria e com proteção no dia a dia”.

No Hospital Ouro Branco (HOB), a gerente assistencial Taila Anchau também compartilha as experiências de passar o Natal no ambiente de trabalho. Com 11 anos dedicados à assistência hospitalar, sendo nove deles no turno noturno, ela lembra que essa época do ano traz desafios únicos, tanto para os profissionais quanto para os pacientes.

“O Natal é uma data especial, mas para quem trabalha na saúde, é preciso aprender a lidar com a ausência da família. É difícil, mas é algo que faz parte da nossa escolha profissional. Com o tempo, a família acaba entendendo, embora sempre exista aquela saudade”.

Taila revela que o hospital, durante as festas, se torna um refúgio para muitos. “Observamos que, nessa época, algumas pessoas procuram atendimento por se sentirem sozinhas ou tristes. Há também um aumento nos casos relacionados a excessos alimentares e consumo de álcool, que acabam demandando cuidados médicos”.

Além disso, ela relembra situações marcantes vividas durante o plantão natalino. “Uma vez, na noite de Natal, aconteceu um assalto na cidade e o assaltante foi baleado. Passamos a noite realizando a cirurgia dele. São momentos intensos que marcam a nossa trajetória profissional”.

Apesar das dificuldades, Taila destaca que o espírito natalino não é deixado de lado no ambiente hospitalar. “O Hospital Ouro Branco prepara uma ceia especial para os profissionais que estão de plantão, com direito a cardápio diferenciado e uma decoração acolhedora. Isso ajuda a trazer um pouco do clima de Natal para quem está longe da família”.

Essas histórias mostram que, para quem trabalha em serviços essenciais, o Natal é vivido de uma forma única. Mesmo diante dos desafios e da ausência dos familiares, o compromisso com o próximo e a paixão pela profissão se tornam o verdadeiro significado da data. São esses profissionais que, silenciosamente, garantem que o espírito natalino de solidariedade e cuidado esteja presente em cada atendimento.

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