Nesta semana, continuo minha jornada pela encantadora Mengerschied, cidade coirmã de Teutônia, localizada na região do Hunsrück, no estado da Renânia-Palatinado, Alemanha. Pequena e acolhedora, Mengerschied surpreende com suas paisagens deslumbrantes, arquitetura rica em história e um forte senso de comunidade entre seus habitantes.
Rodeada por colinas verdes, a vila tem origens que remontam a 1080, quando foi mencionada pela primeira vez como “Mengezerodt”. Seu nome atual surgiu em 1785, refletindo as mudanças ao longo dos séculos. No passado, Mengerschied foi marcada pela influência de famílias nobres e cavaleiros do Hunsrück, que transferiram propriedades para o mosteiro de Ravengiersburg e para o Ducado de Simmern.
No século XVIII, a vila possuía uma igreja, duas escolas, três moinhos e cerca de 50 famílias, sendo uma importante localidade da região. Porém, como outras áreas do Hunsrück, enfrentou adversidades: a Guerra dos Trinta Anos devastou sua população, e em 1841, um incêndio destruiu grande parte da vila. A fome nos anos seguintes levou muitos moradores a emigrar para o Brasil, EUA, Inglaterra e África do Sul.
“Essa parceria busca estreitar laços históricos, culturais, econômicos e educacionais, promovendo intercâmbios e novas oportunidades”
O impacto das duas guerras mundiais também foi significativo, com a perda de mais de 80 homens e danos causados por bombardeios. Após a Segunda Guerra, a vila transformou-se economicamente. Hoje, a maioria dos moradores trabalha no setor de serviços, e o trabalho na agricultura, antes predominante, tornou-se mais limitado.
Através da imigração alemã ao Brasil no século XIX, muitas famílias alemãs se fixaram no Rio Grande do Sul. Com o passar dos anos essas histórias começam a ser contadas e descobertas. E foi assim com a história da Família Schaefer e a conexão Mengerschied-Teutônia.
Em 7 de julho de 2024, durante o bicentenário da Imigração Alemã, Teutônia e Mengerschied firmaram um pacto como cidades coirmãs. Essa parceria busca estreitar laços históricos, culturais, econômicos e educacionais, promovendo intercâmbios e novas oportunidades. Para Teutônia, é um resgate das raízes germânicas e um marco de união entre passado e futuro, em um momento de celebração histórica e renovação.
Lucas Eduardo Grave Maestro lucaseduardograve@gmail.com
