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LEGADOS CULTURAIS

Oficinas de música: não é apenas tocar um instrumento

Opinião de Lucas Augusto Welp, educador musical

05/12/2024 | 14:54 Atualização: 10/01/2025 | 16:08

Teutônia tem a música como um braço forte de sua cultura, uma herança vinda com os imigrantes alemães e difundida com tantas outras culturas, com o passar dos anos. Mas, a oportunidade em poder aprender a tocar um instrumento musical nem sempre foi tão simples. O acesso a um material adequado ao nível, o auxílio de um professor e, ainda por cima disso tudo, ter um instrumento musical à disposição, era para poucos. Contudo, a determinação dessa gente possibilitou a propagação de sua cultura por onde passavam, sendo a música uma de suas ferramentas.

Desde a minha infância, sempre fui incentivado pelos meus pais a participar de atividades relacionadas à música: aprender a tocar um instrumento, participar de grupos de música. E foi durante a minha juventude que as primeiras oportunidades de fazer música apareceram. Posso citar alguns exemplos, como participar de bandas, orquestras e grupos vocais. No meu caso, essas experiências, que as oficinas de música me oportunizaram, me direcionaram para a carreira profissional na área da música. Entretanto, os proveitos que a prática e a apreciação musical nos oferecem vão além da profissão.

“São privilégios que nos proporcionam sentimentos de satisfação, de prazer, agregando cultura em nossas vidas.”

Já ouvimos muito falar sobre os diversos benefícios que a prática de um instrumento nos traz, podendo citar a coordenação motora, foco, atenção, saúde mental, socialização, estímulos às funções cerebrais, entre outros. Atualmente, com tanta informação e conteúdos relacionados à música, disponíveis em apenas um toque e com muita facilidade de acesso, aprender um instrumento, que exige determinação, persistência e paciência, coloca muitas vezes a pessoa, o estudante de música, a compreender que, na vida, cada passo, cada etapa, pode ser lento, um tanto monótono, por vezes frustrante, mas, sobretudo, necessário para a real valorização do conhecimento, daquilo que realmente será absorvido. Não como um ‘stories’ que aparece e que apenas deslizamos para o próximo, sem que cause efeito cognitivo algum na gente. Quando essas etapas vão sendo alcançadas, e percebemos a nossa evolução com a música, simplesmente não queremos parar. Praticar um instrumento, participar de grupos de música, são privilégios que nos proporcionam sentimentos de satisfação, de prazer, agregando cultura em nossas vidas. São benefícios, que, não importando a nossa idade, continuam sendo vitais para o bem-estar do ser humano. Portanto, não é apenas tocar um instrumento.

Lucas Augusto Welp
Educador musical
lucaswelp@gmail.com

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