A terceira edição do Curso de Empreendedorismo e Desenvolvimento para a Juventude Rural teve inicío nessa terça-feira, 10, em Teutônia. Promovida pela Emater/RS-Ascar, em parceria com o Colégio Teutônia, Sicredi e Certel, a capacitação reúne 20 jovens com o objetivo de desenvolver competências empreendedoras e estimular o planejamento conjunto entre gerações nas propriedades familiares. A programação segue até novembro, com encontros mensais que incluem palestras, oficinas, visitas técnicas e dinâmicas de grupo.
Conduzida pela socióloga e coordenadora da capacitação, Ana Cândida Barth, a palestra de abertura instigou os participantes a refletirem sobre pertencimento, senso de comunidade, tradições, dignidade e qualidade de vida no campo. “Como treinamos e preparamos um colega de trabalho que chamamos de ‘pai’? Como acolher essa mão de obra cheia de aspirações e sonhos, que podem ser diferentes dos nossos?”, questionou.
Outro momento de destaque foi a palestra “Cenários da Agricultura Familiar: Sistemas Agrários e Oportunidades de Empreendedorismo”, ministrada pelo extensionista Diego Barden dos Santos, que incentivou os jovens a refletirem sobre as potencialidades do meio rural. Ainda durante o encontro, a ex-aluna Alessandra Schneider, de Teutônia, compartilhou sua experiência com a implantação de uma estufa de tomates, superando adversidades climáticas.
Já Clarice Vaz Emmel, responsável pelo trabalho com Juventude Rural na Emater/RS-Ascar, conduziu a “Dinâmica dos Sonhos”, envolvendo pais e filhos em reflexões sobre o futuro. Também participou da atividade a coordenadora estadual dos Centros de Treinamento da instituição, Angelisa Silveira.
No segundo dia, os participantes visitaram a propriedade da jovem agricultora Sabrina Petter, de Fazenda Vilanova, ex-aluna da primeira turma. Lá, conheceram a rotina da família que mantém a atividade leiteira com o envolvimento dos irmãos Beatriz e Bruno, dos pais Celso e Anelise e dos tios Eduardo e Delso. “Esse tipo de troca de experiências é muito enriquecedor”, comentou Sabrina.
Durante a visita, os jovens aplicaram a metodologia do Diagnóstico Rural Participativo (DRP), na qual mapearam a propriedade e debateram a dinâmica. O extensionista Everaldo da Silva apresentou ainda a metodologia FOFA, que ajuda a identificar fortalezas, fraquezas, oportunidades e ameaças. “Trabalhamos com uma leitura ampla, que considera os aspectos físicos, culturais, socioeconômicos e ambientais”, destacou.
Entre os participantes da nova turma está Arthur Henrique da Costa, de 18 anos, de Bom Retiro do Sul. “Minha ideia aqui é ampliar os conhecimentos para poder contribuir mais na rotina da propriedade”, comentou. Seu pai, Milton Luís da Costa, acompanhou o início do curso e deixou uma reflexão marcante.
“Estamos na terceira geração, e acredito que precisamos abrir espaço para que os jovens também tenham voz ativa na propriedade. Para que tenham poder de decisão e se envolvam no planejamento. Caso contrário, inevitavelmente esses jovens irão sair”, concluiu.
