Silvo Landmeier, 82 anos, é uma das referências do cooperativismo em Teutônia e região. Associado à Sicredi Ouro Branco RS/MG desde o seu início, logo foi convidado para integrar a diretoria. Esteve à frente da cooperativa por 16 anos e hoje ainda contribui como vice-presidente. Também possui forte vínculo com a comunidade, especialmente na área esportiva em Westfália, onde reside.
Como iniciou sua história com a cooperativa Sicredi Ouro Branco RS/MG até chegar à presidência?
Silvo Landmeier – A minha história no Sicredi iniciou por volta de 1981, quando soube que em Teutônia havia sido fundada uma cooperativa de crédito. Eu já era associado da Cooperativa Languiru e da Certel e, até então, só tinha tido um contato com um banco, para financiamento de eletrificação rural. Fiquei sabendo da nova cooperativa por meio do rádio e logo me associei a ela, no dia 11 de maio de 1982. Eu via vários benefícios em se ter uma cooperativa de crédito de agricultores e passei a convidar os demais produtores a se associarem. Com isso, me convidaram a fazer parte do Conselho Fiscal. Posteriormente, passei a integrar o Conselho de Administração. Em 2003, fui indicado para ser o presidente. Mas, a cada final de mandato, coloquei meu cargo à disposição. No entanto, fiquei na presidência por 16 anos, quando então entreguei a presidência ao Neori Abel e eu assumi a vice-presidência.
Quais foram os principais desafios no período que esteve na presidência?
Landmeier – Tudo era mais difícil até 2003. Todas as cooperativas em volta cresciam muito e aqui isto não acontecia. Por ser uma cooperativa de crédito rural, nenhuma outra pessoa podia ser associada, a não ser os produtores rurais, o que freava o seu crescimento. E a Central pediu um posicionamento. Isso fez com que a então diretoria renunciasse e coube a um dos conselheiros de Administração assumir a presidência, sendo que meu nome foi indicado. A Central indicou também um gerente regional provisório, para auxiliar a cooperativa a sair daquela situação e atrair mais associados, posto que sete anos depois foi ocupado peloatual presidente, Neori Ernani Abel. A vinda do Neori para cá foi muito importante. Ele foi uma pessoa fundamental para desenvolver a cooperativa. Em 2006, conseguimos a livre adesão de associados, o que deu um impulso muito grande para a Sicredi Ouro Branco. Outro desafio foi a então recém-construída sede, que precisou ser vendida para capitalizar a cooperativa. Vendemos o prédio e o alugamos por 10 anos até conseguirmos construir a atual sede. No final de 2018, entreguei tranquilamente a presidência ao Neori, sucessão que vinha sendo preparada desde 2014.
Qual é a importância do cooperativismo?
Landmeier – O dia em que o Brasil tiver uma organização baseada no cooperativismo, com cooperativas de crédito em todos os recantos, teremos um país de primeiro mundo. As cooperativas, em especial as de créditos, fazem algo diferente, pois vão longe, onde muitas vezes nenhum banco quer se instalar. Além de fazer a parte financeira, as cooperativas fazem a parte social, de conviver com as pessoas e desenvolver as cidades. Nossa região é forte graças ao cooperativismo. Nunca tive problemas com cooperativas, sempre tive soluções. Em qualquer lugar que tiver uma cooperativa, as coisas vão melhor.
Em quais outras atividades comunitárias o senhor se envolveu?
Landmeier – Fui cobrador do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Estrela nos anos 70. Posteriormente, participei na criação do Clube 4S da Linha Berlim (Westfália), onde fui escolhido líder. Desde cedo me envolvi no esporte. A partir de 1957, comecei jogando futebol no Fluminense da Linha Schmidt. A partir de 1964, passei a jogar no Juventude da Linha Berlim, clube onde também fui técnico e dirigente e onde vi meu filho jogar. O futebol me proporcionou conhecer praticamente todas as localidades da nossa região.
Qual é o sentimento de ter contribuído com o desenvolvimento da cooperativa e, consequentemente, da região?
Landmeier – Eu fiz o que precisava ser feito, que o associado esperava de mim. Nada mais que isto. Fiz tudo com total transparência, dentro das regras estabelecidas. Me sinto com a sensação de dever cumprido. Sei que a região cresceu muito com a Sicredi Ouro Branco e me sinto honrado e feliz em ter feito parte disso.