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ILUSTRE CIDADÃO

“Através do União, conheci muitas comunidades”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Cídio David Schaeffer

03/07/2025 | 11:27 Atualização: 03/07/2025 | 11:30

O agricultor Cídio David Schaeffer tem 80 anos e se orgulha do trabalho na propriedade, plantando diversas culturas, produzindo leite e criando animais. Por 12 anos, exerceu a função de zelador, pela prefeitura de Teutônia, em sua localidade, Linha Germano, mantendo as estradas de chão batido em boas condições. Desde jovem, acompanhando o pai, Evaldo Schaeffer (in memoriam), fortaleceu sua paixão pelo futebol, em especial pela Associação Esportiva União, clube fundado em 1º de junho de 1956, a partir da junção de duas agremiações da localidade: o Progresso e o Germanense.

Quando o senhor iniciou sua participação no futebol?

Schaeffer Eu praticamente nasci no futebol. Meu pai foi um dos fundadores do União. Aos 14 anos, comecei a participar como atleta dos Aspirantes (que na época era o segundo quadro). Sempre acompanhei a diretoria, como colaborador. Eu gostava de ajudar no cuidado com o campo, na colocação de terra, grama, roçadas, limpeza e também deixando o acesso ao campo em condições de uso. Era um serviço com carroça de bois, arado e enxada. Cheguei a quebrar a carroça de tanto carregar pedras e areia. Naquela época, o campo era muito baixo e ficava bastante encharcado. 

Qual a posição na qual o senhor atuou?

Schaeffer Joguei de lateral direito, ou lateral esquerdo, sempre nos Aspirantes. Eu tinha muito serviço na propriedade e não fazia questão de atuar nos Titulares. Gostava de assistir e torcer pelo clube. Sempre atuei como segurança, garçom, entre outras funções. Prestei Serviço Militar em Jaguarão e retornei, em 1964, seguindo então como atleta e colaborador do clube. Joguei até os 26 anos. Hoje, mesmo morando no Bairro Canabarro, se o União retornar às competições, irei participar novamente. Eles, inclusive, já me convidaram, já estão me esperando.

Como foi sua atuação e as premiações como massagista? 

Schaeffer Comecei a atuar como massagista nos últimos 15, 16 anos. Eles sempre me buscaram aqui em casa e me trouxeram de volta. Recebi troféus e homenagens como Massagista Destaque nos campeonatos por vários anos. Sempre exerci essa função com vontade e todos se admiravam e me chamavam de “vovô de chapeuzinho de palha”. Até hoje, na rua, quando as pessoas me encontram, elas perguntam quando vou voltar aos campos. Sempre respondo que quando os jogos voltarem, estarei lá novamente.

Qual a sensação de ter colaborado e seguir colaborando com o União?

Schaeffer – Me sinto honrado por participar e ajudar todos esses anos na função de massagista. É algo que vou levar para toda minha vida e fico feliz porque já fui convidado a participar novamente. Sempre me dei bem com a diretoria e todos os atletas. Eles sempre me buscaram aqui na porta de casa e me trouxeram de volta. Por isso, não esqueço desse trabalho. Desejo que o clube siga em frente.

Quais as maiores emoções que o senhor viveu no clube?

Schaeffer Chego a sonhar com a vibração e a torcida nos dias de jogos. Vencemos dois títulos nos Aspirantes do Intermunicipal, em 2023 e 2024, além do título do Campeonato Municipal de Teutônia em 2024. No Intermunicipal do ano passado, perdemos apenas uma partida, por isso o título foi merecido. Além disso, através do União, conheci muitas comunidades em Teutônia e também fora do município. Se não participasse do futebol, não chegaria a essas localidades diferentes. Fiz muitas amizades em todos os lugares.

O senhor teve um problema de saúde no ano passado?

SchaefferTive infecção intestinal generalizada, causada por uma úlcera no intestino delgado, em agosto de 2024. Minha vida ficou por um fio. Fiz cirurgia e foi uma verdadeira loteria, porque o médico não sabia exatamente o tamanho do problema. Tive que passar uma semana na UTI em Encantado, finalizei a recuperação no Hospital Ouro Branco e, após, em casa. Foram dois meses com sonda, dreno e usando bolsa coletora de urina. Logo que o médico me liberou para fazer caminhadas, eu me sentia mal, muito cansado. Então comecei a dar umas voltas de bicicleta, transporte que eu utilizei toda minha vida, e isso me ajudou muito. Minha atividade hoje é a bicicleta. Sigo cuidando da alimentação, pois alguns tipos de comida não consigo mais ingerir. Também procuro não comer demais e cuido para não exagerar no trabalho. Hoje estou bem de novo, graças a Deus.

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