Atual coordenadora do Grupo de Idosos Blumenstrauss, de Boa Vista, a ex-professora e ex-secretária de Educação de Teutônia, Cliza Brönstrup Wallauer, nasceu em 30 de março de 1943. Casou-se em 1959, com Selby Wallauer, e tem dois filhos: André Alberto e Júlio Afonso. Iniciou atividades no magistério em 1962. Formou-se em 1969 no Colégio Teutônia e, em 1972, como professora no Colégio São José, em São Leopoldo. Mais tarde, em 1977, graduou-se em Matemática, Química e Ciências na Fates (hoje Univates). Em 1987, recebeu diploma de licenciatura plena em Química pela Fisc (atual Unisc). Lecionou em diversas escolas do município até 1982 e, na primeira administração de Elton Klepker (in memoriam), foi convidada a ser supervisora de ensino.
Como foi o início do trabalho na educação de Teutônia?
Cliza Wallauer – O Klepker consultou a Fates, para saber quem poderia colocar na educação. Eles nos indicaram (eu e o Selby), pelas boas notas enquanto alunos lá. O Selby foi convidado a ser secretário e eu supervisora. Montamos uma equipe muito boa. Junto com a professora Noeli Closs Müller (in memoriam), trabalhávamos em conjunto com os professores de todas as escolas, tanto as multisseriadas, que eram particulares na época, quanto as municipais. Tínhamos um ótimo relacionamento. Desenvolvemos a metodologia de aula integrada para as escolas unidocentes. Trabalhávamos um assunto específico por mês em todas as disciplinas, de 1ª a 4ª séries. Tivemos que organizar tudo, mas estávamos empolgados, não medimos esforços para desenvolver a educação.
Quando foi que Teutônia recebeu o título de “Município mais Alfabetizado do Brasil”?
Cliza – Sim. Isso foi logo no início, após a emancipação, em 1983, em virtude dos resultados apresentados no Censo Demográfico de 1980, quando o 2º, o 5º e o 6º distritos de Estrela – que eram Teutônia, Languiru e Canabarro – tiveram melhores índices que os demais do então município-mãe. Não tínhamos alunos faltando, a presença dos alunos era 100% e os pais e familiares colaboravam muito, tínhamos um ótimo relacionamento com todos.
Nos mandatos seguintes, a senhora foi convidada a ser secretária?
Cliza – Durante a campanha de 1988, o então candidato Silvério Luersen me convidou a liderar o trabalho com as mulheres. Depois, quando ele assumiu, me convidou a ser secretária de Educação. Quando o Klepker assumiu seu segundo mandato, em 1993, fui mantida no cargo e o Selby recebeu a incumbência de organizar a criação do museu. Na época, a pedido do prefeito, convencemos a viúva de Henrique Uebel a ceder a peça com os sete instrumentos, que até hoje é a principal e dá nome ao nosso museu.
Além do museu, o que mais foi criado durante esse período?
Cliza – Construímos o Lar do Idoso Opahaus, as escolas municipais Leopoldo Klepker (Bairro Alesgut), Guilherme Sommer (Vila Popular), 24 de Maio (Loteamento 8), Professor Alfredo Schneider (Bairro Teutônia), Arthur da Costa e Silva (Linha Germano), Theobaldo Closs (Bairro Canabarro), além das escolas infantis Azaléia, Girassol, Estrelinha, Vila Esperança e Boa Vista.
Nesse tempo surgiu também o convite para criar o Grupo de Idosos Blumenstrauss?
Cliza – Havia sido criado o Grupo de Idosos Amizade, pela então companheira do ex-prefeito, Lúcia Dahmer (in memoriam), no Bairro Languiru. Daí, o pessoal de Boa Vista solicitou a criação de um grupo em visita ao prefeito e ele me convocou para assumir a tarefa. Eu expliquei que já tinha muitas tarefas na Educação, de segunda a sexta, e ele me respondeu: “ainda tem o sábado!”. Então, liderei a criação do grupo, em 25 de novembro de 1989, no qual exerci diversas funções e sigo sendo coordenadora até hoje. Organizo as reuniões, levo meu equipamento de som, fazemos exercícios e realizamos diversas atividades. Faço tudo o que está ao meu alcance e o meu objetivo é que os participantes saiam dos encontros mais felizes do que quando chegam. Incentivo os participantes a serem alegres, porque a alegria prolonga a vida. Os participantes saem mais animados e isto faz com que eu também me sinta realizada. O resultado é muito bom, porque fortalecemos a amizade entre nós. Hoje, o grupo de idosos fazer reunião sem a minha presença não é a mesma coisa. Faço todo o planejamento antecipado, com muito amor e carinho, para as reuniões mensais, que ocorrem sempre na segunda terça-feira de cada mês. É sempre uma tarde de festa e eu gosto muito dessa tarefa.