“Jesus, saindo do Território de Tiro, passou por Sidônia e atravessou a Região da Decápole.” (Mc 7,31)
Talvez os nomes não sejam tão conhecidos por nós, mas é só para lembrar que Jesus gosta de ir além dos limites e além-fronteiras. Quem tem um pouco de “juízo na cabeça” está estarrecido com as notícias do mundo e, de modo especial hoje, dos Estados Unidos da América (EUA): os “estrangeiros”, além de não serem bem-vindos (o que não estranharia tanto), são perseguidos, maltratados e expulsos de modo violento, brutal e vergonhoso – contra todos os direitos humanos.
Chegam-nos notícias que há paróquias e entidades humanitárias que chegam a acolher centenas de estrangeiros por semana e buscam dar um pouco de dignidade e um digno encaminhamento, pois estão desesperados e com muito medo. Já no Antigo Testamento a Palavra de Deus nos alerta: Não maltratai o estrangeiro, ao contrário, amparai-o em suas necessidades – lembrai que também vós já fostes estrangeiros.
Os EUA, assim como o Brasil, são formado por muitos povos estrangeiros. Os nativos foram quase todos dizimados (ou estão sendo). Sem contarmos que são os estrangeiros (os imigrantes e migrantes) que fazem os serviços básicos, os mais pesados, os mais sujos, muitas vezes sem ganhar um justo salário. E tem mais: quantos de nós não somos migrantes ou descendentes de imigrantes?
Jesus vem nos revelar o Reino De Deus, onde todos/as somos seus filhos/as e tem um lugar para todos/as. É preciso deixar-nos tocar pela compaixão e pela misericórdia, a fim de proclamarmos sem temor a boa nova da justiça e da paz. Ao invés de muros, que possamos construir pontes.
Padre Josemar Conte – Paróquia São Lourenço Mártir (Coronel Pilar e Boa
Vista do Sul) e Paróquia São Marcos (Marcorama)