Todos sabemos que a música é um elemento importante na vida da maioria das pessoas, muitas vezes como momento de distração, diversão e até terapia, mas também como forma de expressão, de poder passar ao mundo a maneira de como o enxergamos e gostaríamos que ele fosse. Tocar um instrumento, cantar, dançar, se apresentar para alguém, um grupo ou uma plateia, é algo que pode trazer um enorme prazer e benefício, tanto para quem o faz, como para quem contempla.
E, graças aos nossos antepassados, essa cultura foi trazida, difundida e perpetuada em nosso Vale, seja através de aulas de música nas escolas, na formação de corais nas escolas e comunidades, na consequente formação de bandinhas e orquestras para animação dos bailes e festas, que por sinal eram uma das poucas formas de diversão naqueles tempos tão difíceis. Assim foram surgindo várias manifestações culturais, que foram moldando a cultura em nosso Vale do Taquari e regiões próximas. Dentre essas, hoje quero destacar uma: os festivais de canto.
Os festivais de canto foram um instrumento importante na área musical, para a descoberta de novos talentos, de novos cantores e instrumentistas.
Muitos dos que participaram desses festivais, hoje são músicos de orquestras, cantores de corais, professores de música e até maestros. Era uma chance de alguém, que não era conhecido, poder mostrar o seu talento; e para os que já eram conhecidos, poder difundir ainda mais seu trabalho.
Normalmente, os festivais eram em nível comunitário e municipal, não raro, foram organizados por uma escola ou uma comunidade. Tinham, geralmente, duas categorias: jovens e adultos. Nos festivais que duraram mais tempo, evoluíram acrescentando mais uma categoria, a dos profissionais. Assim, todos tinham uma chance, mais igualitária e justa, de alcançar a sua conquista. O auge desses festivais foi entre os anos 80 e 90, onde eu também pude participar de alguns, principalmente na minha cidade, Teutônia. E, hoje, reconheço que foi um pontapé inicial importante para minha trajetória pessoal e profissional. Penso que, para a de muitos outros, também.
Espero que, de alguma forma, possamos voltar a esses festivais, ou a essas formas de incentivo à cultura, para que outras crianças, outros jovens, outros adultos, tenham a chance de mostrar a sua arte e buscar o seu lugar no mundo.
Marlon Gausmann Músico, regente e maestro marlongausmann@gmail.com