14 de agosto de 2025
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SABEDORIA E FÉ

A Inteligência Artificial (IA) e nossas relações humanas

Opinião do Padre Rodrigo Henrique Schneider, da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, de Teutônia e Westfália

Por: Padre Rodrigo Henrique Schneider

14/08/2025 | 11:38

Um tempo atrás, fui convidado para escrever um pequeno texto sobre o mês de agosto na Igreja, o mês vocacional. Na correria do cotidiano da paróquia, pensei: “estou com pouco tempo para escrever este texto, vamos ver o que a Inteligência Artificial (IA) pode me ajudar”. Lá fui eu pedir para a IA: “escreva um breve texto sobre o mês vocacional na Igreja”. Em menos de 10 segundos, lá estava o texto. Entretanto, antes de enviar pensei: “O que estou fazendo? Nem um pequeno texto sobre vocação, algo que vivo em meu dia a dia, tenho tempo para escrever?”. Entretanto, a reflexão pode ir mais longe: o quanto a facilidade da IA tira a humanidade do nosso agir e do nosso ser, enquanto imagem e semelhança de Deus?

Em um mundo cada vez mais digital e conectado, a linha entre o humano e a máquina, entre o real e o artificial, se torna cada vez mais tênue. A IA tem se transformado em um reflexo de nossos próprios sentimentos e necessidades, o que acaba criando a ilusão de humanização que é, ao mesmo tempo, um sintoma da desumanização das nossas interações enquanto homens e mulheres de verdade. A IA, projetada para aprender e imitar os comportamentos humanos, nos oferece uma falsa sensação de proximidade, empatia e compreensão. Entretanto, esse vínculo com o digital, que cada vez mais a humanidade está querendo, não se trata apenas de uma evolução da tecnologia, pois ela pode refletir uma lacuna deixada pelas nossas relações.

Não nos esqueçamos de que “o Verbo se fez carne” (Jo 1,14). Deus assume nossa humanidade para plenificar nossas relações humanas, nos convidando a sermos cada vez mais humanos, ainda que com limitações, dificuldades e imperfeitos.

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