7 de setembro de 2025
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VISÃO DE NEGÓCIO

Carreira Netflix: múltiplos caminhos, um mesmo sentido

Opinião de Maria Lúcia Griebeler, psicóloga de alta performance

Por: Maria Lúcia Griebeler

04/09/2025 | 14:30 Atualização: 04/09/2025 | 15:14

Quantas vezes você já se pegou questionando sobre uma mudança profissional como se fosse um “desvio de rota”? Sempre acreditamos que uma carreira bem-sucedida seguia uma trajetória previsível: escolher uma área, subir degrau por degrau e chegar ao topo.

Qualquer coisa fora desse roteiro era vista como instabilidade. Hoje, a realidade é outra – e pasmem! As evidências científicas mostram que isso não é só inevitável, é vantajoso. Pesquisas de Stanford sobre “inovação recombinante” mostram que pessoas com experiências diversas têm mais chance de gerar ideias revolucionárias. Por quê? Porque conectam insights de domínios que outros nem sabem que existem.

Traduzindo: enquanto você tenta parecer um especialista de 15 anos na mesma área, o mercado busca quem conecta pontos invisíveis. E a experiência diversa contribui significativamente para isto.

Os números confirmam: cerca de 1/5 dos graduados iniciam carreiras fora da sua formação original. Não são exceções – são a nova tendência.

Pense na carreira como uma dança: uns seguem o balé clássico (Linear), outros preferem o mergulho profundo (Expert), há quem dance de lado como no samba (Espiral) e aqueles que mudam de estilo conforme a música (Transitória). Todas têm valor. O erro é achar que só uma é válida. Segundo a Fortune (2024), mais de 70% da Geração Z tem trabalho paralelo. Eles entenderam que carreira hoje é mais Netflix do que TV Globo: on demand, múltiplas telas, várias histórias ao mesmo tempo. Não é fragmentação – é expansão.

A carreira não precisa ser uma linha reta para ser coerente. Ela não é uma escada – é tecer uma rede com diferentes conexões: papéis, projetos, empreendimentos e causas. Alguns brilhantes. Outros breves. Mas todos fazem sentido juntos. E se o seu próximo movimento não for para cima, mas para o lado? E se a pergunta certa não for “qual o próximo cargo?”, mas “qual a próxima área que quero explorar?”

O grande desafio hoje é fazermos a ponte entre gerações. Isto, para em alguns momentos, trazer a outra geração até nós e mostrarmos valores importantes. Assim como, em outros momentos, irmos até eles e exercitarmos ver o mundo e as relações sob outra ótica. A diversidade de experiências não é fraqueza a ser explicada. É hoje sua maior força competitiva. As melhores histórias nunca foram sobre linhas retas. São sobre quem teve coragem de desenhar o próprio mapa.

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