Destacar os principais indicadores da economia, o momento do ciclo econômico global e os seus reflexos na economia brasileira. Esta foi a tônica da palestra com o economista-chefe do Sicredi, André Nunes de Nunes, no Almoço Empresarial da CIC Teutônia realizado em 12 de dezembro.
Entre os indicadores, Nunes considerou que, no curto prazo, a economia brasileira está aquecida, com crescimento em cerca de 3% e taxa de desemprego próxima da mínima histórica. “O risco está na aceleração da inflação e crescimento da dívida pública. O IPCA deve fechar 2024 e 2025 em 4,8%, e para o longo prazo, de 2026 e 2027, trabalhamos com IPCA abaixo de 3,5%”, enumerou.
O PIB brasileiro para o atual exercício é estimado em 3,3%, desacelerando para uma alta de 1,8% em 2025 e 2026.
A projeção da taxa básica de juros da economia brasileira é de, no mínimo, 14,25%. “A Selic mais elevada deve atenuar o crescimento da carteira de crédito. A inadimplência é ponto de atenção por conta do elevado endividamento e comprometimento da renda das famílias”, alertou Nunes.
Para o RS, a projeção do PIB é de crescimento de 3% em 2025, ainda com a recuperação pós-inundações. “O Estado crescerá mais que o Brasil em 2025 pela base de comparação menor na indústria e nos serviços. Agropecuária pode ter desempenho um pouco mais fraco”, adiantou o economista.
Principais direcionadores do ciclo da economia brasileira
- Mercado de trabalho sob pressão (taxa de desemprego baixa restringe oferta de mão de obra);
- Renda e consumo resilientes (com emprego e quase 100 milhões de brasileiros no Cadastro Único, consumo deve se manter aquecido);
- Elevado endividamento;
- Estímulos fiscais e juros mais elevados;
- Setores de commodities em ciclo de baixa (menor crescimento global e da China tem segurado preços).