Manter viva a tradição, cultivar os costumes gaúchos e repassar os ensinamentos às futuras gerações. Com este foco, todos os anos, milhares de tradicionalistas vão, em cavalgada, fazer a retirada da centelha da Chama Crioula na cidade em que é gerada para levá-la até as entidades tradicionalistas de seus municípios. Assim, o fogo da tradição arde nos acampamentos farroupilhas, nos CTGs e piquetes já desde o mês de agosto de cada ano, permanecendo assim até a cerimônia de extinção, que ocorre no dia 20 de setembro, quando encerra a Semana Farroupilha. Em Teutônia, duas entidades foram até Caxias do Sul, cidade da 25º Região Tradicionalista (RT), fazer a retirada da centelha e fizeram os acendimentos nessa terça-feira, 19.
O Galpão do Henrique, liderado por Carlos Henrique Dahmer, composto por um grupo de cerca de 12 pessoas, entre cavalarianos e grupo de apoio, saiu de Teutônia no dia 12 para percorrer os 214km de ida e volta da cidade serrana. Ele cumpre essa tradição desde 2019 e assegura que a sensação é como se estivesse conduzindo a centelha pela primeira vez. “A cada ano, mudam as dificuldades, o terreno, o clima e o itinerário, mas a responsabilidade de conduzir a chama e mantê-la acesa é a mesma de sempre. Indiferente de onde for, da quilometragem, conduzir a centelha é um momento único”, destaca Dahmer, que fez o acendimento, junto com os demais colegas de cavalgada, na sede do Galpão do Henrique, no Bairro Boa Vista, às 16h30.
O CTG Rincão das Coxilhas teve à frente o coordenador da parte campeira, Daniel Guilanti, e um grupo de aproximadamente 20 pessoas integrou a comitiva da 24ª RT, a maior a retirar a centelha em Caxias do Sul, com 171 cavalarianos. Para o patrão da entidade, Joseano Nichele, o momento do acendimento foi único e inexplicável. “Este é o fim do percurso desse símbolo principal da Semana Farroupilha, mas o início do nosso mês e das nossas festividades”. Ele agradeceu à equipe da condução da Chama Crioula, pela responsabilidade e pelo cuidado em trazer a centelha acesa. Ele convidou o público a visitar a Chama Crioula acesa no galpão do CTG, no Bairro Languiru. Guilanti também fez um agradecimento especial aos participantes da cavalgada. A secretária de Juventude, Cultura, Esporte e Lazer, Vanessa Carniel, e o pastor da comunidade Martin Luther da IECLB, Márcio Frank, também enalteceram o ato. Frank destacou que a Chama Crioula representa a preservação da cultura, da fé, da coragem e, acima de tudo, da identidade de uma nação. “Esta chama reúne famílias e pessoas diferentes em torno de um mesmo sentido, de algo muito grande. E isto nós precisamos preservar”, completou o pastor.
Em 2026, a Chama Crioula será gerada no município de Rio Pardo, que integra a 5ª Região Tradicionalista.