Queridos irmãos e irmãs, nesta quinta-feira iniciamos a celebração do grande mistério de nossa salvação: a paixão, morte e ressurreição de Jesus. É semana de festa, é semana de alegria, pois Deus novamente nos chama à vida através da vida de seu filho. Mas nós poderíamos nos perguntar: ainda hoje, precisamos celebrar a Páscoa?
Antes de responder essa pergunta, precisamos entender o que significa a palavra Páscoa. No hebraico, Pessach, significa “passagem”. Para o povo judeu é a passagem da escravidão do Egito para a libertação na Terra Prometida. Já para os cristãos, a Páscoa significa a libertação do pecado e da morte, através do sacrifício de Jesus na cruz. É através deste sacrifício que Deus nos torna novas criaturas, selando conosco a nova e eterna aliança de amor e de salvação. Mas voltemos à pergunta: ainda hoje, precisamos celebrar a Páscoa?
Muito mais do que um dia de troca de presentes, o dia da Páscoa é dia de olharmos para nossa vida, o nosso agir, o nosso ser. Estamos nos acostumando ao mal, estamos nos acostumando às injustiças, perseguições, mentiras, discussões e brigas. Mas não fomos feitos para isso, não somos isso. Nós, homens e mulheres, somos feitos por amor e para o amor completo.
O túmulo de Jesus está aberto e vazio! É aqui que tudo começa. É esse o maior sinal do amor de Deus por nós. Através desse túmulo vazio passa o novo caminho, o caminho que nenhum de nós, mas somente Deus, poderia abrir: o caminho da vida em meio à morte, o caminho da paz em meio à guerra, o caminho da reconciliação em meio ao ódio, o caminho da fraternidade em meio à inimizade. Que o anúncio dos anjos às mulheres no túmulo vazio ressoe em nossos corações, anime nossa vida e nos faça verdadeiramente humanos: “Por que vocês procuram entre os mortos quem está vivo? Ele não está aqui, ressuscitou!” (Lc 24,5-6).
