Analisar o cenário macroeconômico e alinhar estratégias para 2025 do setor produtivo gaúcho foram os objetivos da primeira reunião de integração da Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul) neste ano. O encontro ocorreu na sexta-feira, 31, na Câmara Municipal de Osório, no Litoral Norte, e reuniu dezenas de representantes do segmento empresarial.
Durante o evento, também foi elaborada a tradicional Carta de Osório, documento que propõe diretrizes para o associativismo empresarial ao longo do ano. O presidente da Federasul, Rodrigo Sousa Costa, ressaltou a importância da reunião para a construção de estratégias e o ajuste de percepções entre as lideranças.
“Este encontro é especial porque analisamos o cenário econômico desde o ano passado e legitimamos as percepções de lideranças de todos os setores, ajustando as estratégias para o futuro”, afirmou.
Diretrizes
Entre os tópicos presentes na Carta de Osório, está a necessidade de ampliar a mão de obra disponível e a capacidade produtiva do Brasil, incorporando ao mercado formal de trabalho adultos aptos que hoje estão ociosos. A entidade alerta que a ampliação do programa Bolsa Família, que geraria distorções ao desestimular a busca por emprego em regiões com oferta de vagas. Conforme a Federasul, esse cenário compromete a competitividade do país, ao mesmo tempo em que sobrecarrega as contas públicas, elevando impostos, inflação e juros.
No campo econômico, destaca-se a preocupação com o alto endividamento das famílias e empresas, impulsionado pelo desequilíbrio fiscal do governo, que prioriza medidas de curto prazo para estimular o consumo. O cenário internacional também traz desafios, com a ascensão de Donald Trump à presidência dos EUA e a falta de avanços no ambiente de negócios brasileiro.

Vice-presidente regional da Federasul, Ivandro Rosa, participou da reunião
Outro ponto crucial é a infraestrutura do RS, especialmente após a tragédia climática de 2024. A Federasul defende a reconstrução resiliente do estado e a revisão das concessões rodoviárias e ferroviárias. Também critica a Reforma Tributária aprovada sem uma Reforma Administrativa prévia, resultando em uma elevada carga de impostos sem a contrapartida de eficiência nos gastos públicos.
Por fim, a carta ressalta a importância da mobilização da sociedade civil para influenciar o debate eleitoral de 2026 com uma agenda propositiva, baseada no equilíbrio fiscal, na geração de riquezas e na valorização do trabalho e do empreendedorismo.
Confira a íntegra da Carta de Osório neste LINK.