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ILUSTRE CIDADÃO

“Hoje estamos capacitados para atender todos os tipos de ocorrências”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Genir Pithan

14/03/2025 | 14:13 Atualização: 14/03/2025 | 15:08

Figura fundamental na criação do Corpo de Bombeiros Voluntários de Teutônia, Genir Pithan é natural de Seberi e nasceu em 1º de outubro de 1963. Uma das primeiras  atividades, quando chegou em Teutônia, em 1979, foi ingressar no grupo de jovens da Comunidade Católica do Bairro Canabarro. Técnico em Informática, orgulha-se pela história de dedicação à Calçados Reifer, do Bairro Canabarro, onde atuou por 29 anos.

Como surgiu a ideia de criar a Brigada de Incêndio da Calçados Reifer?

Genir Pithan – Na Calçados Reifer, trabalhei dando suporte na área de informática. Lá, cada pavilhão tinha sua brigada de incêndio. Em 1983, ano da primeira administração do município, nós criamos um grupo de 10 pessoas. Era um grupo de emergência para atuar fora da empresa, quando fosse preciso.

Como e quando ocorreu a criação do Corpo de Bombeiros Voluntários de Teutônia?

Pithan – No ano de 2001, surgiu a ideia de formar os bombeiros voluntários para Teutônia, já que a única corporação de bombeiro era de Estrela e esta atendia a todos os municípios da região do Vale de Taquari. Aliado a isso, o governo do RS não tinha condições de manter uma base de bombeiros militares em Teutônia. Fomos visitar as cidades de Candelária e Garibaldi, que já tinham corporações de bombeiros voluntários. Levamos a proposta para as outras empresas e para o poder público para criar a nossa corporação voluntária, que foi bem aceita.

Como foi a estruturação dos bombeiros voluntários no município?

Pithan – A Associação dos Bombeiros Voluntários de Teutônia foi fundada em 24 de abril de 2002. No mesmo ano, a prefeitura havia doado uma área de terras de 1.589 m2. A construção da sede foi realizada através de doações da comunidade. A primeira etapa foi inaugurada em 7 de dezembro de 2003, depois de 20 meses de trabalho, iniciados em abril de 2002. Autoridades estavam presentes e 24 bombeiros se formaram. Eles haviam iniciado, em outubro de 2003, um curso oficial na Escola de Bombeiros de Porto Alegre, dividido em parte teórica, com treinamento interno em Teutônia, e parte prática, com cinco dias em atividades na capital. O primeiro caminhão no município chegou em 2 de outubro de 2003, após uma longa espera no porto de Paranaguá (PR), onde o veículo ficou parado, devido a uma greve. O caminhão foi doado pelo município alemão de Melsungen, graças ao pedido feito por Norberto Grave ao prefeito daquela cidade, Franz-Josef Lauer. A prefeitura de Teutônia pagou os R$ 27,5 mil necessários para as tarifas de importação. Fabricado em 1976, o caminhão tem capacidade de 5,5 mil litros de água. Veio equipado, possui tração nas quatro rodas e é utilizado até hoje. Nós o apelidamos carinhosamente de “Alemão”.

Qual a estrutura hoje e qual a necessidade mais urgente da corporação?

Pithan – Contamos com três caminhões, duas ambulâncias e um carro administrativo. Estamos atuando com 45 bombeiros e atendemos, além de Teutônia, os munícipios de Westfália, Poço das Antas e Paverama, totalizando cerca de 60 mil habitantes. Também somos responsáveis pelos atendimentos de acidentes que ocorrem na ERS-128 (Via Láctea) e em 21 km de extensão da RSC-453 (Rota do Sol). No início, nós atendíamos apenas incêndios. Hoje estamos capacitados para atender todos os tipos de ocorrências. Nossa necessidade atual é um caminhão equipado, com escada magirus, para atender ocorrências em alturas, uma vez que, com o crescimento da microrregião, cada vez mais prédios são construídos e o contingente populacional está aumentando. Estamos buscando apoios e parcerias para adquirir esse veículo, que deve ser um usado, em bom estado, cujo custo fica entre R$ 1 milhão e R$ 1,2 milhão.

Qual o teu sentimento em contribuir com os bombeiros voluntários?

Pithan – Meu sentimento é de realização e de gratidão, por poder contribuir com uma cidade que acolheu a mim e à minha família, para estudar e trabalhar. Pude retribuir para a comunidade, na forma de serviço voluntário, atendendo a todos, sem escolher cor, religião ou classe social.

 

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