5 de julho de 2025
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RETORNO DO FENÔMENO CLIMÁTICO

La Niña mostra sinais e falta de chuva prejudica plantações

Cultivos de soja e milho já são afetados. Precipitações na primeira quinzena de janeiro em Teutônia são de apenas 0,25mm a 1,25mm

15/01/2025 | 18:16
Extensionista da Emater/RS-Ascar de Teutônia, Carlos Daniel
Fries observa o fraco desenvolvimento das plantas | DIVULGAÇÃO
Extensionista da Emater/RS-Ascar de Teutônia, Carlos Daniel Fries observa o fraco desenvolvimento das plantas | DIVULGAÇÃO

O retorno do fenômeno climático La Niña está confirmado. A informação da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA) foi dada na semana passada.

O La Niña é caracterizado pelo resfriamento anormal das águas na região equatorial do Pacífico central e oriental, alterando padrões climáticos globais, como ventos, chuvas e temperaturas. Este fenômeno, registrado pela última vez entre 2020 e 2023, foi responsável por secas severas no Sul do Brasil e por crises hídricas em países vizinhos, como Uruguai, Argentina e Paraguai.

Impactos
Os primeiros efeitos no Sul do Brasil já estão sendo percebidos. Segundo projeções da MetSul Meteorologia, a tendência é de redução das chuvas em grande parte da região, enquanto o Centro Oeste e o Nordeste do país já estão registrando volumes acima da média.

De acordo com Frederico Wessel, do site Tempo em Teutônia, que faz os registros dos fenômenos climáticos em várias estações na microrregião, a quantidade de chuva acumulada na primeira quinzena de janeiro é, em média, de 0,25mm a 1,25mm.

O município de Poço das Antas vive uma situação menos prejudicial, uma vez que registrou, até aqui, em janeiro, 17,5mm de chuvas. Ele explica que a temperatura está 1,2ºC abaixo da média e este mês de janeiro está sendo o segundo mais ameno desde 2012, ano em que iniciou a registrar os dados.

O extensionista rural agropecuário da Emater/RS-Ascar de Teutônia, Carlos Daniel Fries, observa que quem cultivou soja mais tarde, ou plantou milho safrinha para silagem, está tendo perdas pela falta de chuva. “Para estes momentos (de estiagem), temos que nos preparar bem, dentro do possível, com estratégias como a irrigação. Ela pode ser necessária poucas vezes, mas se paga quando está disponível na propriedade, pois pode garantir uma safra inteira”.

Apesar do cenário preocupante, a umidade acumulada no solo devido às chuvas de novembro e dezembro de 2024 pode atenuar os impactos iniciais da estiagem. Nos episódios mais severos de seca registrados no passado, a escassez hídrica começava ainda no final do ano anterior, o que não aconteceu dessa vez. Porém, a persistência do tempo seco e as temperaturas elevadas podem fazer com que a perda de umidade do solo se acelere rapidamente. Fries lembra que coberturas de solo também são úteis para amenizar a estiagem, ao menos por um período. “Entre um cultivo e outro, colocar uma palhada seca de cobertura aumenta a retenção da umidade, fazendo um sombreamento, diminuindo os efeitos do sol forte e do vento”, completa.

Otimismo

A meteorologista do Núcleo de Informações Hidrometeorológicas (NIH) da Univates, Maria Angélica Cardoso, confirma que a região, além deste longo período sem chuva de janeiro, enfrenta radiação solar intensa e altas temperaturas, impactando em uma taxa maior de evapotranspiração e baixa umidade do solo. No entanto, a previsão para os próximos dias é otimista. “Em linhas gerais, a tendência é de as chuvas voltarem ao Vale a partir do dia 19, 20 de janeiro. A semana de 20 a 27, será de precipitação acima do normal; depois disso, até 24 de fevereiro, a ocorrência ficará dentro da normal climática”.

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