Após atingir recorde de casos de dengue em 2024, Teutônia volta a se preocupar com a possibilidade de um novo surto. No primeiro mês de 2025, o município registrou 14 notificações de ocorrência da doença. Com a realização de testes, oito casos foram descartados e seis estão sendo analisados pelo Laboratório Central (Lacen) do estado.
Conforme o coordenador da Vigilância Sanitária, Evandro Borba, independente dos resultados emitidos pelo Lacen a Vigilância Ambiental em Saúde intensificará as ações de combate que já vêm sendo realizadas. “O fato é que não podemos ficar estáticos aguardando o resultado final. Com dados preliminares já conseguimos realizar ações preventivas e corretivas e de bloqueio”.
Com o início do ano letivo se aproximando, a Vigilância Ambiental em Saúde realiza aplicações do inseticida Fludora Fusion nos educandários do município. O objetivo é proteger as crianças, evitando que haja focos do Aedes aegypti nestes locais. A ação integra o Plano Municipal de Enfrentamento à dengue, desenvolvido anualmente junto à Secretaria de Saúde, com base em orientações do Estado.
Temperaturas altas e chuvas esparsas favorecem a proliferação do mosquito. Borba explica que, para depositar seus ovos, a fêmea procura locais como pneus, caixas d’água, calhas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa acumular água parada e que esteja, preferencialmente, posicionado em áreas de 80 a 120 centímetros de altura. Até mesmo materiais descartáveis, como latas vazias e garrafas pet, quando expostos à chuva, podem se tornar um foco de larvas do Aedes aegypti.
Por isso, o coordenador destaca que “a responsabilidade de combater a dengue é de toda a comunidade. É fundamental que a população revise diariamente seu s pátios, eliminando qualquer elemento que possa acumular água parada”, completa. O uso constante de repelente também é uma medida recomendada pela Vigilância Ambiental em Saúde e pode ser um aliado no combate à doença.
Retrospectiva
Em 2024, houve 468 casos no município, representando um acréscimo de mais de 700% no número de casos registrados no ano anterior (55). Vale ressaltar a ocorrência do primeiro óbito causado pela doença em Teutônia, confirmado em abril: um homem de 66 anos, com doenças pré-existentes. Os números seguiram a tendência estadual, de aumento expressivo das contaminações e mortes.
Vacina ainda não disponível
A vacina contra o vírus da dengue está em uso no sistema público de saúde, desde 2024, no Brasil. Contudo, a distribuição ocorreu, prioritariamente, nas regiões com maior incidência e transmissão da doença. Teutônia – apesar do agravamento do cenário no ano passado – não cumpre todos os critérios para receber o imunizante.
Evandro Borba orienta a população a não depositar expectativas para solucionar o problema causado pela dengue na vacina.
“A prevenção, através da eliminação de criadouros, ainda é a melhor solução”, ressalta.
