Os associados da Cooperativa Languiru aprovaram por unanimidade, na manhã desta terça-feira, 15, a prorrogação do processo de liquidação extrajudicial por mais um ano, com a manutenção do presidente liquidante, Paulo Roberto Birck, e do Conselho Fiscal.
Durante a assembleia realizada na sede da Associação dos Funcionários, foi apresentada uma prestação de contas referentes à renegociação das dívidas e venda de ativos da cooperativa, como o supermercado de Arroio do Meio, o prédio da sede administrativa, no Bairro Languiru, e o frigorífico em Poço das Antas, que irá para leilão judicial. Nessa semana, o lançamento do plano de pagamento completou um ano.
Conforme Birck, a partir da adesão ao plano, foram renegociados R$ 490,3 milhões dos cerca de R$ 1,1 bilhão anunciados no início do processo, há dois anos. Deste, R$ 217 milhões já quitados. Por outro lado, ainda restam R$ 627,1 milhões a negociar.
São 2916 credores. Destes, 2.888 pessoas físicas e jurídicas não financeiros. Deste total, 776 aderiram ao plano de liquidação, o que representa R$ 223,5 milhões. 37 renunciaram aos valores aos quais tinham direito. Ao todo, R$ 23,7 mil.
Os credores financeiros, ou seja, bancos e fundos, por exemplo, são 33. Juntos, eles têm direito a receber R$ 744,9 milhões. Por enquanto, dez aderiram ao plano, o que soma R$ 266,7 milhões e 36% do total com instituições financeiras.
Negociações e faturamento
O presidente liquidante enfatizou que as negociações não são fáceis por uma série de fatores, a começar pelo volume de credores. “Muitos não sabem que tinham dívida conosco, pensam que se trata de um golpe. Em alguns casos, as conversas mais de um ano. É um trabalho diário e contamos com uma equipe engajada”, explica Birck.
Em relação às adesões, foi ressaltada a importância da participação dos associados. Até o momento, apenas 29% negociaram. Birck enfatiza que o movimento é necessário, pois auxilia, inclusive, nas conversas com os credores, especialmente bancos.
A Cooperativa também anunciou a conclusão dos pagamentos das rescisões trabalhistas, iniciado em 2023. Ao todo, R$ 32,5 milhões. Inicialmente, o prazo acordado com os sindicatos havia sido de 12 meses. Contudo, as parcelas atrasaram por conta da situação financeira. Mesmo assim, houve compreensão.
Já sobre o faturamento, o relatório apontou R$ 44,1 milhões de arrecadação no mês de junho. O panorama financeiro está em curva ascendente, com pequenas variações. Em janeiro de 2024, por exemplo, havia sido de R$ 29,4 milhões. “O cooperado tem de enxergar a viabilidade da cooperativa. Ela tem como continuar e é com esse crescimento que vamos enfrentar a dívida”, conclui o presidente liquidante.