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CASA PRÓPRIA

Lula anuncia programa de habitação para classe média

Nova política habitacional amplia o crédito para famílias de renda média e visa modernizar o uso dos recursos da poupança no setor imobiliário

Por: Agência Brasil

10/10/2025 | 15:11 Atualização: 10/10/2025 | 15:13
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República/Reprodução
Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República/Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou nesta sexta-feira,10, um novo modelo de crédito imobiliário que amplia o acesso da classe média aos programas de habitação. A medida busca atender famílias com renda acima de R$ 12 mil, que não se enquadram nas faixas do programa Minha Casa, Minha Vida.

O principal ponto da mudança é a reformulação do uso dos recursos da poupança no financiamento habitacional. O governo pretende eliminar gradualmente o depósito compulsório no Banco Central — atualmente 20% dos valores — e tornar o total depositado na poupança a referência direta para o crédito imobiliário. A transição começa ainda este ano e deve ser concluída em janeiro de 2027.

Com isso, o limite de valor dos imóveis financiados pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) sobe de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões, e o governo estima que a Caixa Econômica Federal financie cerca de 80 mil novas moradias até 2026.

O novo modelo também busca aumentar a competitividade no setor, permitindo que instituições que não captam poupança também possam oferecer crédito habitacional em condições equivalentes, por meio de instrumentos como LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

Lula destacou que o objetivo é garantir o direito à moradia digna também à classe média, que, segundo ele, “não é pobre o suficiente para os subsídios do Minha Casa, Minha Vida, nem rica o bastante para comprar um imóvel à vista”.

O governo avalia que a modernização das regras do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE) vai ampliar a oferta de crédito imobiliário e reduzir custos de financiamento, num momento em que o setor vinha sofrendo com saques consecutivos da poupança — R$ 87,8 bilhões em 2023, R$ 15,5 bilhões em 2024 e R$ 78,5 bilhões até outubro de 2025 — impulsionados pelos altos juros da Selic. Em síntese, a proposta busca revitalizar o crédito habitacional, incluir a classe média no sistema e reduzir o impacto da política monetária sobre o financiamento imobiliário, modernizando o fluxo de recursos do setor.

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