Lia Schneider, de 75 anos, é uma figura querida e reconhecida em Teutônia por sua dedicação ao trabalho voluntário. Ao longo da vida, participou de peças teatrais na igreja, ajudou na organização de bailes de Kerb, cantou em corais e ainda hoje participa das reuniões da OASE. Porém, é durante o Natal que seu espírito solidário mais brilha: há 17 anos, veste-se de Mamãe Noel e leva magia, alegria e o espírito natalino a escolas, lares de idosos, famílias e eventos beneficentes, tudo de forma voluntária.
Como começou sua história como Mamãe Noel?
Lia Schneider: Minha trajetória como Mamãe Noel começou há 17 anos, em um momento muito difícil da minha vida, logo após perder minha filha Patrícia no acidente da TAM. Na época, o prefeito de Teutônia, Silvério, sugeriu que eu fizesse um curso em Gramado, na Aldeia do Papai Noel. Apesar da dor, aceitei o convite. Durante os cinco dias do curso, aprendi não só sobre como me vestir e atuar como Mamãe Noel, mas também sobre como transmitir o verdadeiro espírito do Natal: amor, alegria e esperança. Tínhamos palestras pela manhã e visitas a comércios e à Aldeia do Papai Noel à tarde. Foi um aprendizado transformador na minha vida.
Por que você decidiu se tornar Mamãe Noel, e não Papai Noel?
Lia: Antes, eu me fantasiava de Papai Noel para a minha família e a vizinhança, usando uma máscara. Depois do curso, quis algo diferente. Achei que ser Mamãe Noel despertaria curiosidade e traria um toque especial às minhas aparições. Desde então, me dedico a esse papel com muito carinho.
O que sente ao ver as pessoas interagindo com você como Mamãe Noel?
Lia: É uma sensação maravilhosa. Eu fico tão feliz de ver as pessoas alegres. Recompensa todo o trabalho e me dá energia para continuar. Recebo tantos abraços e beijos. As crianças ficam curiosas e sempre perguntam como e quando cheguei à cidade, se vim do Polo Norte. É claro que entro no personagem e digo que sim!
Como você se prepara para ser Mamãe Noel?
Lia: Minha preparação começa com a organização das roupas. Tenho um guarda-roupa com todas as roupas, tenho cinco combinações diferentes que mandei fazer ao longo destes 17 anos. Lavo tudo com cuidado para que as roupas fiquem cheirosas e prontas para os eventos.
Há alguma história engraçada ou marcante que aconteceu enquanto você era Mamãe Noel?
Lia: Ah, tenho várias! Uma vez me chamaram para ser Mamãe Noel no CTG de Languiru. Como eu não podia entrar pela porta da frente, decidiram que eu entraria pela janela. Precisaram colocar uma escada, e lá fui eu, com toda a roupa de Mamãe Noel, subir a escada. Foi muito engraçado! Outra vez, em Fazenda Vilanova, cheguei de charrete com o Papai Noel, que puxava a carroça – foi uma cena inusitada e as crianças gritavam e riam muito da situação. E teve um evento em Westfália em que cheguei de balão. Precisei superar meu medo porque nunca tinha andado de balão antes. Foram momentos únicos.
O que a figura da Mamãe Noel representa para você?
Lia: Representa a alegria, o amor e a mensagem do verdadeiro espírito natalino. Sempre digo para as crianças que o Natal não é só sobre presentes, mas principalmente sobre o nascimento de Jesus. Levar essa mensagem para elas é a parte mais especial do meu papel.
