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ILUSTRE CIDADÃO

“Me sinto responsável por dar sequência ao esporte do tiro ao alvo”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Silvério Schwingel

11/09/2025 | 09:43
Silvério Schwingel
Silvério Schwingel

Nascido em 1964, o agricultor Silvério Schwingel tem 61 anos. Além de auxiliar na propriedade dos pais, durante 38 anos se dedicou ao transporte, recolhendo leite no interior, desde São José do Sul até Bom Retiro do Sul, e entregando em diversas empresas de laticínios. Ao lado da companheira Neiva Regina, tem um filho, Richard Eduardo, com 11 anos. Schwingel pode ser considerado um dos guardiões da tradição do Tiro ao Alvo do município de Teutônia. Desde 1992, quando foi indicado e eleito para o Departamento de Tiro da Sociedade Cultural e Recreativa de Linha Clara – que hoje se chama Associação Cultural e Recreativa de Linha Clara –, vem realizando diferentes funções na diretoria. São mais de 33 anos de dedicação. Atualmente, é o diretor do Tiro ao Alvo.

Como surgiu o interesse em participar do Tiro ao Alvo?

Silvério Schwingel O interesse vem desde a infância, quando eu ouvia as histórias dos antepassados, que eram grandes atiradores. Por volta dos 8 anos, tive a oportunidade de manusear uma carabina de ar comprimido. A partir daquele momento, só aumentou o interesse, não só pelo tiro, mas também observando os detalhes do ritual do evento realizado na comunidade, como a recepção aos melhores atiradores, a disputa em si, a coroação, entre outros. Além disso, sempre estive atento pela história, resgatando fotos antigas, pesquisando e registrando os nomes das pessoas e os costumes da época, os acontecimentos marcantes. 

Tens, inclusive, um ancestral que auxiliou na fundação da Schützenverein Clara?

Schwingel Muitos dos primeiros imigrantes que colonizaram a Linha Clara, a partir de 1870, participaram antes da Kriegerverein Teutônia, entidade que, além do esporte, tinha o objetivo de defender a região contra invasores, o que acabou não sendo necessário. Meu bisavô paterno, Friedrich Wilhelm Loose, foi um deles. Depois, ele foi um dos líderes da fundação da Schützenverein Clara, em 1910, e participou até 1938, quando a entidade teve que ser extinta, devido à Nacionalização do governo de Getúlio Vargas, retornando em 1953. Muitos deles eram militares e haviam participado de guerras na Europa. Além disso, meu avô materno, Bernardo Tiggemann, participou, através do 8º Batalhão de Caçadores (8º BC) de São Leopoldo (hoje 19º Batalhão de Infantaria de Motorizado – 19º BIMtz), da Revolução de 1930 – movimento que teve o objetivo de depor o presidente Washington Luís e impedir a posse de Júlio Prestes.

Quando iniciou tua participação efetiva no Tiro ao Alvo?

Schwingel Aos 18 anos foi minha primeira participação com arma de fogo (calibre .22LR). Em 1985, realizamos um intercâmbio com o Grêmio de Atiradores de Novo Hamburgo, o que foi um grande impulso para a nossa entidade, um salto para o futuro. Em 28 de maio de 1989, participamos pela primeira vez do campeonato estadual. Essa participação durou 13 anos. No campeonato estadual de 1999, fiz mais pontuação do que o campeão estadual, porém, devido a critérios, fiquei em terceiro lugar geral no Rio Grande do Sul. Na competição do Tiro Rei de Linha Clara, nunca fui destaque na corte, mas, somando a pontuação de todos os treinos do ano, eu sempre ficava entre os primeiros.

O que representa participar e auxiliar a manter viva esta tradição?

Schwingel Além de muito orgulho, me sinto responsável por dar sequência ao esporte do tiro ao alvo, que é um dos mais justos. No tiro, não há dúvida de quem foi o melhor. O acerto se mede no centésimo de milímetro. Isso evita injustiças.

Como fazer com que os jovens participem e se interessem pelo esporte?

Schwingel Nada melhor do que permitir, sob orientação e supervisão, o acesso a uma carabina de pressão, 4.5 milímetros, que é um calibre inferior, uma arma mais fraca. Tenho certeza de que esta é a melhor maneira de estimular os jovens.

Quando será a próxima competição do Tiro Rei em Linha Clara?

Schwingel Será no próximo dia 5 de outubro. Fomos procurados pelos jovens para que encontrássemos uma maneira de eles participarem da competição. Vamos permitir que os interessados, a partir dos 16 anos, participem nessa categoria inferior, com carabina de pressão. Essa é uma marca que fica, o que é incentivado na infância e na adolescência permanece para o resto da vida.

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