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Ilustre Cidadão

“Muito do que levo para o resto da vida devo ao povo teutoniense”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Leodi Luiz Pavi

Por: Marco Mallmann

19/09/2024 | 07:55 Atualização: 05/03/2025 | 14:21

Leodi Luiz Pavi, 69 anos, tem boa parte de sua vida dedicada ao tradicionalismo gaúcho. Há oito anos reside em Santa Cruz do Sul, mas sua contribuição para a valorização da cultura gaúcha em Teutônia permanece presente. Durante os 28 anos em que residiu no município, ministrou cursos de danças, participou ativamente e foi patrão do CTG Rincão das Coxilhas, além de dar palestras para milhares de estudantes. Foi produtor e apresentador do programa “Ô, de Casa”, na Rádio Germânia FM (88.3 MHz), por exatos 30 anos ininterruptos, de 4 de abril de 1993 a 4 de abril de 2023.

Como começou tua história com o tradicionalismo?

Leodi Luiz Pavi – A minha história com o tradicionalismo começou em 1983, na então Escola Cenecista Presidente Costa e Silva, de Arroio do Meio. Naquele ano, inclusive, fui o responsável por compor o hino da escola. A diretora, Regina Rodrigues, era uma grande incentivadora do tradicionalismo e fui incumbido por ela de organizar a Semana Farroupilha. E, desde então, sempre estive envolvido com o tradicionalismo.

Quando e por que começou a ministrar cursos de dança?

Pavi – Eu comecei a ministrar cursos de dança, primeiro, por gostar de dançar e, segundo, porque é ensinando que a gente aprende. Então, aprendi muito. São 38 anos de cursos de danças. Comecei em Arroio do Meio, em 1986, e continuo até hoje.

Tua história com tua esposa Mariângela também está diretamente relacionada ao tradicionalismo. Como vocês se conheceram?

Pavi – Conheci minha esposa, Mariângela, em Santa Cruz do Sul. Eu ia de Teutônia a Santa Cruz do Sul ministrar cursos de danças. Ela foi minha aluna. No terceiro curso, a gente começou a conversar mais de perto e acabamos nos entendendo e conhecendo melhor. Há 25 anos, ministramos cursos juntos.

Por muito tempo você também ministrou palestras para estudantes em Teutônia e região. Como foi desenvolver este trabalho?

Pavi – Eu gosto de ministrar palestras para as crianças. Foi um trabalho que comecei no CTG Rincão das Coxilhas, em Teutônia, e logo fui expandindo para outras cidades, como Paverama, Fazenda Vilanova, Bom Retiro do Sul e Poço das Antas. Eu tive uma boa receptividade nestas comunidades. Muito mais que ensinar, eu aprendi muito nestas palestras. É de suma importância perpetuar a tradição, preservando e cultivando os valores autênticos do povo gaúcho, que tanto nos orgulham e são a nossa essência.

O que te motivou a manter este trabalho por tanto tempo, em tantas localidades diferentes?

Pavi – É ensinando que se aprende! Por isso, agradeço a Deus por ter formado mais de 35 mil alunos em 32 municípios diferentes, durante estes 38 anos que estive ministrando cursos de danças em Teutônia, na região do Vale do Taquari, Vale do Caí, Vale do Rio Pardo, Serra. Tenho muito orgulho disso e carrego comigo uma lembrança muito especial de todos os lugares. Um carinho mais que especial por Teutônia. Desde que cheguei, em 1988, ministrei cursos em quase todas as comunidades. Tenho uma gratidão muito grande, um carinho especial por todas essas comunidades que passei, onde aprendi muito e passei a ter ainda mais respeito pelas pessoas, a ter hospitalidade, a ter cordialidade e ser sincero com este povo trabalhador e ordeiro de Teutônia. Tudo que aprendi de bom e muito do que levo para o resto da vida devo ao povo teutoniense.

Quais os legados do 20 de Setembro?

Pavi – Precisamos ressaltar que trata-se de uma revolução que não foi por motivos políticos. Basta ver o que os gaúchos estavam sofrendo nas mãos do governo imperial, com a província praticamente abandonada. Em 20 de setembro de 1835, começou a Guerra dos Farrapos. Desde 11 de setembro de 1836, quando foi proclamada a República Rio-grandense, que é o que consta na bandeira do Rio Grande do Sul, até 1o de março de 1845, fomo um país. No acordo de paz está a grande vitória dos farroupilhas. Todo o pedido, encaminhado por escrito para o governo imperial, com os clamores do povo gaúcho, foram aceitos, desde que o Rio Grande do Sul se reintegrasse ao Brasil.

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