A administração municipal busca alternativas para elevar a arrecadação proveniente do frigorífico de aves da Languiru. Atualmente, cerca de 80% dos abates são pertencentes à JBS, que não tem unidade própria em Westfália. Dessa maneira, a emissão de notas referente à maior parte da venda tem endereço de fora do município, sem gerar retorno direto de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS).
Na semana passada, comitiva municipal esteve em Porto Alegre, no Palácio Piratini, para buscar informações sobre a situação junto à Casa Civil do Estado. O governo gaúcho demonstrou interesse em auxiliar o município com dados e uma nova reunião é projetada para março, a fim de encontrar soluções para que Westfália consiga agregar maior receita com as atividades do frigorífico.
Conforme o secretário de Administração, Planejamento e Finanças, Jair Schneider, o município quer compreender melhor como a tributação incide sobre a venda dos produtos processados na unidade da Languiru. Apesar dos benefícios indiretos, como Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN), vagas de emprego e presença dos trabalhadores consumindo na cidade, a maior parte do retorno direto em ICMS não contempla Westfália.
Após obter dados com o Estado, a intenção é dialogar também com a JBS e propor formas de ampliar a contribuição com a economia local. A prefeitura também procura estimular o aumento da quantidade de avicultores de Westfália atendidos pelo frigorífico para aumentar a produção do setor no município. Dos 150 mil abates realizados por dia, cerca de 30 mil pertencem à Languiru; o restante (cerca de 120 mil), à JBS.
Entenda
Em fevereiro de 2024, em meio à redução de atividades da Languiru, a cooperativa passou a prestar serviços para a JBS, com o abate de aves no frigorífico de Westfália (RS). A proteína é fornecida por produtores integrados da Seara. A medida foi definida em um contrato de industrialização firmado entre as duas empresas.
Atualmente parte da produção vai para o exterior. Desde março do ano passado, o abatedouro obteve aval para alcançar o mercado chinês. A unidade também conseguiu habilitações recentes para vender ao Chile, Filipinas, África do Sul e Canadá, além de outros 50 países aos quais as vendas já estavam autorizadas.