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PROCESSO DE HABILITAÇÃO

Novas regras para obter a CNH entram em vigor nesta semana

Resolução deverá ter validade imediata e está prevista ser publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira, 9

Por: Agência Brasil

08/12/2025 | 15:27
Foto: Doris Gottardi
Foto: Doris Gottardi

As novas regras para a obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) devem entrar em vigor ainda nesta semana, logo após a publicação da resolução aprovada pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) no Diário Oficial da União. Entre as mudanças, está a dispensa das aulas obrigatórias em autoescolas para candidatos que desejarem se preparar por conta própria.

O ministro dos Transportes, Renan Filho, confirmou que a resolução terá validade imediata após a publicação, prevista para esta terça-feira, 9.  A data coincide com o lançamento, no Palácio do Planalto, do aplicativo CNH do Brasil, que deverá concentrar materiais de estudo e reunir demais orientações para o processo de habilitação.

A plataforma deve permitir que os candidatos estudem as regras de trânsito sem precisar recorrer às aulas teóricas das autoescolas. Mesmo assim, quem preferir continuar frequentando aulas teóricas e práticas poderá fazê-lo normalmente. De acordo com o Ministério dos Transportes, a mudança pode reduzir em até 80% o custo total para obter a CNH, tornando o processo mais acessível para a população.

Novidades

A abertura do processo  poderá ser feita diretamente  pelo site do Ministério dos  Transportes ou por meio da  Carteira Digital de Trânsito  (CDT). É necessário ter 18  anos e saber ler e escrever.  Além disso, o cidadão ainda  precisará comparecer presencialmente a etapas como  coleta biométrica e exame  médico.

Também está prevista uma “flexibilidade” das aulas práticas  e abertura para instrutores  credenciados pelos Detrans,  a fim de ampliar opções para  o cidadão. O novo modelo retira a exigência de 20 horas- -aula práticas. Agora, a carga  horária mínima será de duas  horas, com permissão para  uso de carro próprio.

O candidato poderá es colher como fará sua preparação: seja por meio de  um Centro de Formação de  Condutores (CFC) tradicional ou com a contratação  de um instrutor autônomo.  Nenhum profissional poderá  atuar sem credenciamento  oficial: todos passarão por  fiscalização pelos órgãos  estaduais, deverão cumprir  requisitos padronizados nacionalmente e serão identificados digitalmente na CDT.

O texto também prevê  a facilitação dos processos  de obtenção da CNH para  as categorias C (veículos de  carga, como caminhões), D  (transporte de passageiros,  como ônibus) e E (carretas e veículos articulados),  permitindo mais opções de  formação, com o objetivo de  tornar o processo mais ágil e  menos burocrático.

Entre os  pontos que ainda carecem  de esclarecimento, estão as  regras específicas para o  uso dos veículos próprios  nas aulas práticas, como  irá funcionar a plataforma  digital para solicitar a CNH,  bem como os procedimentos  para cadastro e fiscalização  dos instrutores.

Segundo a Senatran, o  Rio Grande do Sul tem o  custo mais alto do país para   se obter a habilitação na  categoria AB. Atualmente, o  valor chega a R$ 4.951,35. Na  contramão, o processo mais  barato ocorre na Paraíba,  onde os futuros condutores pagam R$ 1.950,40.

Visão dos CFCs 

Para a diretora de ensino e instrutora teórica do  CFC Reichert, Lirian Lagemann, as mudanças podem  comprometer diretamente  a qualidade da formação de  condutores em todo o país.  Segundo ela, a tentativa de  “baratear a CNH”, como  alega o ministro, pode ter  como consequência a perda  de vidas. Além disso, a categoria se considera vulnerável  diante da ideia de simplificação do processo.

Lirian assegura que os  anos de experiência lhe dão  o discernimento dos riscos  que as ruas e estradas podem oferecer. Desta forma,  demonstram o quanto habilitar um condutor vai além  do cumprimento de uma  carga horária, assistir víde os ou assinar documentos. Significa preparar pessoas  para compartilhar espaços  com outras pessoas. “Não  existe carteira de habilitação  barata quando o custo pode  ser a segurança humana”,  finaliza.

Na avaliação do diretor  do CFC Schneider, Jeferson Althaus, as medidas significam um retrocesso e não podem ser encaradas como “flexibilização”, como menciona o governo. Além disso, a resolução pode provocar a desestruturação das autoescolas, principalmente nos âmbitos da demissão em massa dos funcionários e desvalorização dos instrutores.

Desta forma, toda a sociedade tem a perder com o  preparo considerado abaixo  do ideal para o enfrentamento de um trânsito cada vez mais carregado.  Esses dois CFCs são referência para toda  a microrregião de Teutônia.

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