14 de outubro de 2025
24ºC | Tempo limpo

ILUSTRE CIDADÃO

“O posto colabora com o crescimento da cidade”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Armando Driemeyer

Por: Marco Mallmann

04/09/2025 | 11:08 Atualização: 11/09/2025 | 09:41
Armando Driemeyer
Armando Driemeyer

O agricultor e empresário Armando Driemeyer tem 88 anos. Desde muito jovem, auxiliava os pais na lida da propriedade, arando a terra e plantando. Ao longo do tempo, construiu um patrimônio que hoje está registrado em 54 escrituras de áreas de terra, que ele chama de “canteiros” e que deram nome à granja e ao posto de gasolina junto à ERS-128 (Via Láctea), no Bairro Canabarro. Suas propriedades são destaque em Paverama, Teutônia, Fazenda Vilanova e Bom Retiro do Sul. Também cria gado e, atualmente, reside em Esteio. Porém, toda a semana visita as propriedades e cultiva o hobby da pescaria, uma das coisas que mais gosta de fazer.

Como iniciou sua atuação na agricultura?

Armando Driemeyer Eu trabalhava muito, comecei aos 19 anos, por volta de 1956. Eu e minha irmã, que tem 93 anos, arávamos a terra, que vinha das proximidades da prefeitura de Teutônia até aqui na fábrica (Piccadilly). Era um trabalho bastante pesado e eu não tinha horário. Trabalhava de dia e à noite. Sempre me preocupei em fazer o trabalho bem feito, arando e preparando a terra da melhor forma, para que ficasse ideal para o plantio. Anos depois, comprei o primeiro trator a diesel da região, em Encantado.

Essa dedicação lhe trouxe premiação nacional?

Driemeyer Em 1980, recebi o Prêmio Produtividade Rural do Ministério da Agricultura e do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). A mim foi conferido o título de “Produtor Modelo”, pelo desempenho no setor agropecuário. Recebi a homenagem em Porto Alegre, numa grande festa. Para mim, foi um grande orgulho receber esta homenagem, alcançando o posto de primeiro produtor rural. Em 1981, a homenagem foi repetida, desta vez relativa ao Rio Grande do Sul.

Quantos hectares o senhor possui atualmente?

Driemeyer Não tenho ideia, mas sei que são 54 escrituras. Herdei uma pequena área e depois fui comprando. Geralmente, quando eu estava plantando um pedaço, os vizinhos lindeiros me ofereciam mais uma parte. Assim, fui ampliando. Agora, estamos finalizando o plantio de 165 hectares de milho. Depois, mais para o final de setembro, vamos plantar a mesma quantidade de soja numa parte da terra que agora está descansando. Sempre fazemos a inversão. Um ano se planta milho e no outro soja. Já plantei e colhi trigo, mas agora não planto mais, porque é bastante sensível.

Quantas cabeças de gado tens atualmente?

Driemeyer Já cheguei a cerca de 800 cabeças. Porém nos últimos anos, estava com aproximadamente 500. Ano passado, depois da enchente, o número diminui, mas agora está crescendo de novo, estou com umas 350. Faço lotes, de dois em dois anos. Mantenho as novilhas e vou comercializando as vacas mais antigas. Tenho fonte nas minhas terras, em Fazenda Vilanova, e as vacas só tomam dessa água. Durante muito tempo, cerca de 80 famílias de Paverama também se abasteceram da água do poço dentro da minha propriedade.

Como surgiu a ideia de construir o Posto Canteiros?

Driemeyer Eu tinha óleo em casa, em tambores, porque precisava para as máquinas. Depois, instalei um tanque de 10 mil litros, mas não podia manter o óleo diesel em estoque. Daí, em 1987, decidi criar o posto. Durante o dia, eu costumava buscar até duas cargas de combustível em Canoas e, à noite, seguia trabalhando com a colheitadeira. O posto colabora com o crescimento da cidade e tenho que agradecer aos bons funcionários que tenho, entre eles o Élcio Fiegenbaum e a Deise Gärtner, que cuidam dos negócios como se fossem deles

Desde quando a missa campal do colono e motorista acontece no posto?

Driemeyer Desde o início, a Comunidade Católica Nossa Senhora do Rosário sempre realizou a missa aqui. Temos telhado, cedemos a carreta para o altar e o palco para os músicos. No ano passado, ao lado da minha esposa, Eliria Driemeyer, demos o maior lance e neste ano conduzimos a imagem de São Cristóvão. Para mim, é um orgulho e uma grande alegria fazer parte da história da festa do colono e do motorista.

Quais as outras contribuições que deste para Teutônia?

Driemeyer Quando a Calçados Reifer (atual Piccadilly) iniciou as atividades em sua planta, fiz todo o calçamento da Rua Capitão Schneider, que era toda de chão batido. Além disso, deixei as esperas de água em cada terreno. Outra contribuição para a região foi o plantio de pinus nos dois lados da Via Láctea, em direção a Fazenda Vilanova. As árvores protegem o asfalto, porque não esquenta tanto.

Leia também as Edições Impressas.

Assine o Informativo Regional e fique bem informado.