Uma das principais rodovias do Vale do Taquari, a RSC-453 está inclusa no Plano de Concessões, com previsão de diversas intervenções. A estrada que integra a Rota do Sol, responsável pela interligação de diversas regiões do estado, tem parte considerável de sua trajetória no território regional, conectando-se à Serra.
São 58.210 quilômetros entre a interseção com a BR-386, em Estrela, até Garibaldi, no chamado trecho B da rodovia (o trecho A liga Lajeado e Venâncio Aires). Na microrregião, o trajeto perpassa Teutônia, Westfália e Boa Vista do Sul, passando também pelo acesso a Imigrante. Consiste em estrada importante para a logística e mobilidade, não apenas das comunidades locais, mas de diversas áreas do estado.
Do atual cenário de pista simples, com sinalização precária e diversos pontos de problemas estruturais, a via é alvo constante de críticas dos usuários, principalmente em função dos buracos frequentes. Com a iminência da concessão à iniciativa privada, há a perspectiva de melhorias importantes nos próximos 30 anos.
Primeiro ponto a ressaltar é que o segmento entre Estrela e Garibaldi conta com três pórticos de cobrança de pedágio (modelo free flow). Eles estão localizados em Estrela, no km 50, próximo à Cerealista Markus, ao custo de R$ 3,73; em Boa Vista do Sul, no km 70,5, com tarifa de R$ 4,51; e em Carlos Barbosa, no km 86, de R$ 5,29.
Quanto à duplicação, a concessão prevê duas pistas entre Boa União e o posto da Polícia Rodoviária Estadual (Teutônia), em uma extensão de cerca de 16,33 quilômetros. Outra parte vai de Westfália ao trevo de acesso a Imigrante, com cerca de seis quilômetros. Haverá ainda outro trecho, de 3,426 quilômetros, na chegada a Garibaldi.
No total, serão mais de 28 quilômetros, em 12 trechos diversos. O primeiro deles inicia já no terceiro ano do contrato, do entroncamento com a BR até o km 41,255, próximo à Lupus Land. Dos 11 restantes, nove estão programados para o quinto ano e outros dois para o sétimo.
Projeta-se ainda a implantação de terceiras faixas em partes não duplicadas. Serão 30,033 quilômetros a serem implementados entre o sétimo e o oitavo ano.
Entre os dispositivos a serem construídos, estão três rotatórias alongadas em pista dupla (quinto ano), quatro rotatórias alongadas com 300 metros (sétimo ano), uma passagem inferior em pista dupla (sétimo ano) e um retorno em “X” (terceiro ano). Confira no mapa as localizações. De Estrela a Westfália, haverá também sete adequações de acessos.
A proposta do governo estadual prevê a implantação de três passarelas, todas em Estrela, próximas à rótula do Bairro Boa União. Estão projetadas ainda 35 paradas de ônibus entre a BR-386 e Garibaldi.
Elementos
Destaque para as chamadas “obras de resiliência climática”. Em Estrela, a ponte sobre o Arroio Boa Vista, onde fica a usina da Certel, será substituída por outra de cota elevada (km 47,430). Nas imediações do entorno, haverá uma camada drenante de 980 metros de extensão. A nova ponte e a camada drenante estão projetadas ao quinto ano.
Outra intervenção importante está na construção de um viaduto sobre a ferrovia, no km 50,400, próximo à Cerealista Markus.
O plano de concessão da rodovia contempla uma reivindicação antiga da comunidade regional. Na descida da serra em Westfália, será implantada uma rampa de escape para veículos pesados que perderem o freio. O recurso é considerado crucial para evitar acidentes na rótula de acesso ao município.
Análises
De acordo com o vice-presidente regional da Federasul, Ivandro Rosa, as alterações previstas na RSC-453 consistem em avanços importantes, porém há pontos a serem aprimorados. A duplicação do posto da PRE até Estrela é considerada positiva, devido ao fluxo intenso no trecho. Acrescenta que a implantação de terceira faixa em Westfália é suficiente para atender o trânsito local, sem encarecer demais a tarifa.
Ivandro Rosa menciona, no entanto, a ausência de dispositivos para dar acesso fluido ao Distrito Industrial de Teutônia, nas imediações da Linha Geraldo, o que pode representar um gargalo futuro. Na visão dele, a ligação com a Via Láctea também precisaria ser mais qualificada. “O acesso é no mesmo nível, ou seja, não tem um equipamento, como um viaduto ou uma interconexão tipo trombeta, que daria mais fluidez e segurança”, explica.
Confira no mapa
Os detalhes e o posicionamento das intervenções previstas para a rodovia estão disponíveis em um mapa elaborado pela equipe do Informativo Regional. Para acessar o conteúdo completo, CLIQUE AQUI.