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PLANO DE CONCESSÕES

O que o Estado projeta para a Via Láctea

Em mapa elaborado pelo Informativo Regional, confira detalhes e o posicionamento das intervenções previstas para a rodovia. Líderes locais devem apresentar demandas em audiência na próxima semana.

16/01/2025 | 19:40 Atualização: 05/03/2025 | 14:12

O governo gaúcho abriu nesta semana o período de consulta pública sobre o Plano de Concessões das Rodovias Estaduais do Bloco 2. Pela internet, é possível obter detalhes sobre a proposta do Estado e emitir contribuições ao projeto. O prazo expira em 12 de fevereiro.

Na próxima semana, três audiências públicas serão realizadas sobre o tema. As estradas da região estarão em pauta no dia 24 de janeiro de 2025, no auditório 7 da Univates, a partir da 10h. Na ocasião, líderes locais devem apresentar e defender suas demandas de alteração no plano. Entre as rodovias de maior interesse à microrregião de Teutônia, está a ERS-128 (Via Láctea).

Menor dos trechos do Vale do Taquari contemplados no Bloco 2, o traçado da Via Láctea ganha relevância especial por conectar outras duas rodovias de importância estadual: a BR-386 e a RSC-453. Com extensão de 16,38 quilômetros, interliga também os principais bairros de Teutônia.

Pelo plano inicial do Piratini, a Via Láctea receberá um pórtico de cobrança free flow em Fazenda Vilanova (km 18). O valor por eixo da tarifa será de R$ 3,81. Segundo o Piratini, a base do cálculo é de R$ 0,23 por quilômetro, dentro dos 414,91 quilômetros de extensão da malha a ser concedida. O investimento total deverá ser de R$ 6,7 bilhões, em 30 anos, incluindo um aporte estadual de R$ 1,3 bilhão.

Em termos de investimentos, as principais obras estão programadas para o oitavo ano de contrato. Destaque para duplicação de 3,67 quilômetros, do km 26,6, perto de onde hoje fica a rótula da Major Bandeira (Bairro Languiru), até o entroncamento com a RSC-453 (km 30,27).

Ponto de destaque dentro do trecho a ser duplicado, também previsto ao oitavo ano, está na ponte sobre o Arroio Boa Vista (km 27,888), onde se projeta uma obra de resiliência climática. Trata-se da substituição da atual passagem por outra de cota elevada. O trecho que envolve a nova ponte também deverá receber uma camada drenante no aterro da duplicação, na extensão de 1,02 quilômetros.

O oitavo ano do contrato ainda inclui a construção de cinco trechos de vias marginais ao longo do traçado da rodovia; sete dispositivos, entre rotatórias e retornos em diferentes formatos; e nove adequações de acessos.

Duas travessias de pedestres em nível devem ser implantadas no ano 8. Antes disso, porém, no sétimo ano, está prevista a construção de duas passarelas. Essas obras se concentram entre os bairros Languiru e Teutônia, junto ao trecho que será duplicado. Para o sétimo ano, também estão projetadas 20 paradas de ônibus – 11 no trecho duplicado e nove no trecho simples.

 

Análises

Líderes locais examinam a proposta do Estado e preparam apontamentos e sugestões. Entre os pontos de divergência, está o valor da tarifa. Apesar do sistema free flow representar um avanço, o preço estabelecido diante dos investimentos previstos, no caso da Via Láctea, é um dos alvos de crítica.

Conforme o presidente da CIC Teutônia, Renato Scheffler, o valor é alto e não contempla o que o setor produtivo local realmente precisa. “Vamos pagar uma conta que vai onerar ainda mais os custos de produção que temos na região. Já temos uma questão de deslocamentos caros, já está dificultado o deslocamento”.

Outro ponto abordado por Scheffler, quanto às obras na Via Láctea, é a ausência de viadutos para possibilitar travessias diretas. Na visão dele, pelo menos um dos trevos que ligam os Bairros Languiru e Alesgut deveria ser contemplado, devido ao alto fluxo de veículos que se deslocam entre as localidades.

Já o presidente da Cooperativa de Manutenção e Transporte (Comatra), Werner Wiebusch, avalia de forma positiva o projeto de concessão. Acredita que, apesar da tarifa do pedágio, os benefícios proporcionados com as obras serão importantes para qualificar a Via Láctea. Segundo ele, a participação popular é fundamental nesse processo.

Vice-presidente regional da Federasul, Ivandro Rosa, destaca que a avaliação da sociedade e dos líderes regionais precisa ser criteriosa, por se tratar de uma concessão que vai perdurar 30 anos. “É uma análise de muita responsabilidade, para que a gente tenha obras de acordo com nossas necessidades”, afirma.

Acerca da importância da Via Láctea, lembra que a rodovia não atende apenas Teutônia, mas é um ponto de escoamento de todos os municípios do G7, além de interligar a Rota do Sol e a BR-386. Conforme Rosa, é preciso analisar a viabilidade de estender o trecho a ser duplicado, de modo a abranger todo o perímetro urbano.

 

Confira no mapa

Os detalhes e o posicionamento das intervenções previstas para a rodovia estão disponíveis em um mapa elaborado pela equipe do Informativo Regional. Para acessar o conteúdo completo, CLIQUE AQUI.

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