Desde os primórdios da humanidade, a necessidade de se unir para caçar, cultivar e se proteger levou os seres humanos a formar grupos e desenvolver formas de colaboração. O conceito de associativismo, no entanto, surgiu somente durante a Revolução Industrial, entre os séculos XVIII e XIX, a partir da união de trabalhadores que buscavam satisfazer suas necessidades coletivas.
Ao longo da história, essa forma de cooperação foi sendo estruturada e constitucionalizada, se tornando fundamental para a organização social atual e ganhando uma data específica para sua celebração, o dia 30 de abril. Apesar de não haver uma lei federal que oficialize o Dia do Associativismo, diversas entidades promovem eventos e comemorações para destacar a importância deste movimento.
Em Teutônia, a cultura associativista é preservada na comunidade. Do século passado à década atual, novas associações têm surgido no município, em diferentes segmentos e com diversos objetivos.
Sociedade de Atiradores Linha Clara

Tradição do tiro ao alvo é conservada pela Sociedade de Atiradores Linha Clara | Foto: Marco Mallmann
Umas das associações mais antigas de Teutônia pertence à comunidade de Linha Clara. Situada no interior do município, a região foi colonizada em meados dos anos 1870, quando os primeiros imigrantes alemães chegaram à localidade; entre eles, muitos veteranos de guerra.
Como forma de diversão, os homens praticavam o tiro ao alvo. A atividade tornou-se tradicional e é preservada até os dias atuais, através da Sociedade de Atiradores Linha Clara, fundada em 1910 e que perdura há mais de um século. Em 1996, as mulheres foram integradas à entidade e, desde então, também participam dos treinos mensais e de competições.
A cada ano, dois eventos são promovidos pelo grupo: o “Tiro Rei” – torneio entre os associados em que o vencedor é considerado rei –, realizado em outubro, e o “Baile do Rei”, onde o melhor atirador é coroado.
“A comunidade de Linha Clara se orgulha por manter o único estande de tiro, na modalidade carabina apoiada, na região do Vale do Taquari”, afirma o diretor social da organização, Aribeiro Magedanz.
Associação dos Coros de Teutônia
A Associação dos Coros de Teutônia (Acote) foi criada em 17 de janeiro de 2005, com o fim de preservar a tradição do canto coral – também ligada à colonização alemã. À época, 43 corais integravam o grupo.
“Cada coral tinha a sua administração, suas necessidades individuais; mas percebeu-se que era preciso uma entidade maior que auxiliasse na obtenção de recursos e nas questões legais”, relembra o atual presidente, Fabiano Eckel, que define a Acote como um “guarda-chuva”, que dá suporte a todos os coros.
Atualmente, com 25 corais filiados, a organização trabalha para fomentar a cultura no município e manter o título de “Capital Nacional do Canto Coral”. Para isso, em parceria com a Secretaria de Educação, criou o projeto “Um Novo Cantar”, que oferece aulas de canto gratuitas para alunos da rede municipal.
Horta Comunitária
Foi durante uma conversa informal que, em 2020, surgiu um dos mais recentes movimentos associativistas de Teutônia: a Horta Comunitária. Cristiane Echelmeier, Rosita Schneider e Miriam Magedanz buscavam uma maneira de auxiliar as famílias que sofriam os primeiros impactos da pandemia de Covid-19.
Então, tiveram a ideia de criar um espaço colaborativo, onde qualquer pessoa poderia ajudar a plantar hortaliças e usufruir de forma gratuita destes alimentos. A iniciativa teve êxito, mobilizando diversos voluntários que hoje são fundamentais para a manutenção do projeto.
Além do cultivo de plantas, um grupo de mulheres produz pães, coloridos com produtos da horta, que são doados a famílias de baixa renda e entidades que atendem pessoas em situação de vulnerabilidade social.
“É um espaço aberto a todas as pessoas de Teutônia. Todos podem circular e se beneficiar do que é produzido aqui” destaca Cristiane, pastora da IECLB do Bairro Canabarro e coordenadora da Horta Comunitária, localizada na Rua Dom Pedro II.