Em 20 de maio, muitos cristãos lembrarão os 1700 anos do Credo Niceno. Ele foi e é fundamental para a fé cristã. Desde 311, o cristianismo passou a ser tolerado no Império Romano. Cristãos eram 10% de sua população e pertenciam à religião que mais crescia.
E o Imperador Constantino resolveu torná-lo religião oficial do Império. Mas havia um problema: cristãos tinham dificuldade em responder à pergunta: quem é Jesus Cristo? A pergunta nos é familiar em 2025. Por vezes, nas camisas de futebol, só falta aparecer a frase: faça suas apostas em Jesus, ele aumenta seus rendimentos!
Para resolver a questão, Constantino convocou os bispos do Império para um Concílio na localidade de Niceia, hoje Iznik, na Turquia. Os bispos deveriam definir quem é Jesus, formular um Credo. “Credo” é presente do indicativo do verbo latino crer: eu creio. Quando do Batismo, a pessoa era perguntada: “Crês em Deus Pai?” E respondia: “credo”; “Crês em Jesus Cristo, seu Filho?” E respondia: “credo”; “Crês no Espírito Santo?” E respondia: “credo”.
Em 325, tinha que ser respondida a pergunta de Jesus: “E vocês, quem dizem que eu sou?” (Mateus 16.15). Havia quem dissesse que Jesus era um simples homem, adotado pelo Pai, que morreu na cruz e ressuscitou. Nesse caso, não fora o próprio Deus quem fora rejeitado na cruz.
Qual era a relação desse Jesus com o Pai? Como dizer que Deus é um só e não se crê em três deuses? Niceia afirma que Deus é um só. Jesus é Deus que sai de si e se torna pessoa humana. Por nós morre e ressuscita e voltará. Jesus tem a mesma substância que o Pai. Na cruz, quem morreu foi o próprio Deus; por nós morreu e por nós ressuscitou. O ser humano não aguenta um Deus que, em seu amor, vai até às últimas consequências por amor a suas criaturas. Jesus é aceitação incondicional e apelo para que saibamos aceitar incondicionalmente o outro.