A parceria entre cidades coirmãs tem-se mostrado uma importante ponte de cooperação e troca cultural. Um exemplo disso é a relação entre Teutônia e Mengerschied. Essa união reflete laços históricos e culturais profundos, com raízes na imigração alemã no Brasil e na preservação das tradições.
Quem diria que Teutônia, colonizada a partir de 1858 por imigrantes alemães, firmaria uma parceria com um povo distante mais de 10 mil quilômetros, 166 anos depois? É o resultado de uma forte tradição cultural trazida da Alemanha, especialmente da região do Hunsrück. A cultura, a língua e os costumes alemães foram preservados em Teutônia ao longo dos anos, criando uma conexão natural com a terra dos antepassados.
O Conjunto Instrumental do Colégio Teutônia já esteve em Mengerschied em três oportunidades. Nos anos de 2017, 2020 e 2023, os instrumentistas teutonienses realizaram concertos em Mengerschied, durante suas turnês pela Europa. Nessas ocasiões, a conexão natural com a terra dos antepassados foi sentida na pele. É difícil de explicar. Resumindo, realizar uma apresentação em Mengerschied é como se estivéssemos nos apresentando na Linha Clara, na Linha Germano, ou em Glück Auf (hoje Bairro Canabarro). Sentindo na pele, tudo faz sentido.
“A cultura, a língua e os costumes alemães foram preservados em Teutônia ao longo dos anos, criando uma conexão natural com a terra dos antepassados.”
Mengerschied fica na região de Hunsrück, estado da Renânia-Palatinado. Um pequeno “Ort” (como são chamados os pequenos vilarejos), com uma rica identidade histórica e cultural. Apesar de ser menor em tamanho e população, a parceria baseia-se em princípios de igualdade, onde ambas as cidades podem se beneficiar de iniciativas conjuntas.
A parceria foi formalizada em julho de 2024, ano do bicentenário da imigração alemão no Brasil, quando as duas cidades assinaram o acordo de cidades coirmãs. Com isso, Teutônia tornou-se a 13ª cidade gaúcha a estabelecer uma parceria oficial com uma cidade alemã.
Um dos maiores benefícios desta relação, até o momento, é a troca de experiências na área cultural. Mas muito mais pode vir por aí. Projetos de intercâmbio na área da educação, trocas de conhecimento nas áreas agrícolas e industriais podem fortalecer o interesse mútuo pela parceria. O turismo é outra área promissora, pois tanto o Vale do Taquari quanto o Hunsrück têm muito a oferecer aos turistas.
A parceria é, portanto, uma celebração do passado, do presente e do futuro. Ela será do tamanho que as pessoas quiserem e a fizerem. É uma porta de entrada no Velho Continente, na terceira maior economia do mundo.
Lucas Eduardo Grave Maestro lucaseduardograve@gmail.com
