Próximos da data de retorno das aulas, pais e responsáveis já sentem os impactos da compra do material escolar no orçamento familiar. De acordo com a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae), os produtos estão entre 5% e 9% mais caros em 2025, aumento que é atribuído à elevação dos custos com matérias-primas e à valorização do dólar. Neste cenário, comparar valores pode ser uma boa estratégia para economizar.
Foi pesquisando que Carina Regina Kerber, de Bom Retiro do Sul, veio comprar seu material escolar em Teutônia. “Em Bom Retiro os preços estão altos, então viemos para Teutônia, por recomendação de um familiar, procurar opções mais baratas”. Com uma filha de 14 anos e um filho de 6, Carina afirma que a maior dificuldade está relacionada às mochilas e aos cadernos, que estão com preços muito elevados na maior parte das lojas.
A empreendedora Carine Buneker Prediger, que possui loja há mais de 18 anos no Bairro Canabarro, diz que foi um desafio manter os preços estáveis em seu estabelecimento. Para oferecer materiais escolares com preços justos e sem aumentos expressivos, a lojista destaca ter sido necessário um bom planejamento. “Nossa estratégia, neste ano, foi comprar os produtos diretamente dos fabricantes. Tentamos ir direto na fonte para conseguir o melhor preço”.
A expectativa da proprietária é que o faturamento da empresa nos meses de janeiro e fevereiro de 2025 duplique em relação ao ano anterior. “O fluxo de pessoas na loja também aumentou, principalmente na primeira semana de fevereiro, quando realizamos o Feirão do Material Escolar, com preços promocionais”.
Variação de preços
Uma pesquisa realizada pelo Informativo Regional, através do aplicativo Menor Preço, desenvolvido pela Receita Estadual, revela que os valores da mesma lista de materiais escolares podem variar em quase 900% no comércio teutoniense. O levantamento considerou 10 itens – que podem sofrer variação de marca e qualidade – e listou os preços mais altos e os mais baixos, conforme demonstra a tabela abaixo.
Na lista, o destaque é a mochila, que apresenta a maior variação em valor. A unidade mais barata é vendida por R$ 27,08, enquanto a mais cara está sendo comercializada por R$ 269,90, o que representa uma diferença de 886%. Já em percentual, o material que mais varia é a borracha. A de maior valor, que custa R$ 7,00, é 3.233% mais cara do que a borracha de menor valor, vendida por R$ 0,21.
Cenário estadual
Uma pesquisa realizada pelo Departamento de Defesa do Consumidor (Procon RS) nos dias 27 e 28 de janeiro obteve uma diferença ainda maior. Foram selecionadas sete cidades (Porto Alegre, Passo Fundo, Rio Grande, Alegrete, Santa Maria, Capão da Canoa e Caxias do Sul) para o levantamento realizado por meio do aplicativo Menor Preço.
O Procon selecionou 23 produtos que integram uma lista básica de materiais escolares. Os valores variaram conforme região, quantidade, qualidade, marca, entre outros. Na projeção, a lista mais barata custou R$ 32,18, ao passo que a mais cara custou R$ 1.025,37, resultando em uma diferença superior a 3.000%.
“O objetivo principal da pesquisa é mostrar ao consumidor a possibilidade de economizar quando se realiza pesquisas prévias de preço, seja no caso do material escolar, bastante procurado no início do ano, seja no caso de qualquer outro produto. E isso pode ser feito de maneira gratuita e sem sair de casa pelo aplicativo Menor Preço”, reforçou o diretor do Procon RS, Rainer Grigolo.