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ILUSTRE CIDADÃO

“Procurei trabalhar em áreas cujas demandas necessitam um olhar mais atento e carinhoso”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Francisco de Souza Abrahão

Por: Marco Mallmann

16/10/2025 | 11:47 Atualização: 16/10/2025 | 11:48
Francisco de Souza Abrahão
Francisco de Souza Abrahão

Natural de Candelária (RS), com larga trajetória dedicada ao voluntariado, Francisco de Souza Abrahão veio de Porto Alegre a Teutônia em 1991. Formado em Engenharia Química e mestre em Engenharia de Produção pela UFRGS, foi na antiga CCGL (hoje Lactalis) onde encontrou seu caminho profissional. Atualmente, desenvolve projeto de uma indústria de laticínios para a MIG-Plus Agroindustrial, em Casca (RS), mas passa os finais de semana em Teutônia, onde a família reside e onde segue nas causas sociais, como presidente da Apante.

Como surgiu a oportunidade de vir a Teutônia?

Francisco de Souza Abrahão – Após passagem pela Petrobrás, fui convidado para vir à CCGL. A Empresa procurava alguém para cuidar da parte de águas – água industrial, água de caldeira, Estação de Tratamento de Água (ETA) e Estação de Tratamento de Efluentes (ETE). Utilizando-me de planejamento pessoal, fui crescendo dentro da empresa, até me tornar gerente de unidade, em 1999. Na época, era a maior empresa do município, responsável por 52% do valor adicionado

Quais os principais trabalhos voluntários que realizaste? 

Francisco – Procurei conhecer e trabalhar voluntária e indistintamente em todas as áreas cujas demandas necessitam apoio e um olhar mais atento e carinhoso: Rotary Club, CIC, Corpo de Bombeiros Voluntários, Fundação Agrícola Teutônia, Apae, Associação Beneficente Ouro Branco (Abob) e Apante.

Quais os principais avanços obtidos?

Francisco – Na Apae, foram 15 anos de trabalho árduo, porém de grande emoção. Durante 6 anos atuei como presidente. Havia uma lista de espera na região de aproximadamente 70 crianças. Conseguimos ampliar a entidade e os serviços de modo a absorver esta demanda. Ao final, a Apae atendia Teutônia, Paverama, Fazenda Vilanova, Westfália e Poço das Antas, tornando-se referência no RS.

A minha adesão aos bombeiros surgiu ao natural. Estive junto na fundação da corporação, fui o 1°presidente operacional. Foram 17 anos. Um projeto muito bem concebido e estruturado. Hoje é uma das melhores corporações voluntárias do RS, orgulho para Teutônia

Já o Hospital Ouro Branco estava numa fase de transição, com a administração passando da Cooperativa Languiru para a comunidade, e a Abob procurou pessoas de representatividade para colaborar. Pela importância para o município e a microrregião, aceitei o convite prontamente. Foram 17 anos, sendo 9 como presidente. A maior conquista, sem dúvida, foi a conclusão dos centros Cirúrgico e Obstétrico, que, ao longo dos anos, ajudaram a salvar muitas vidas.  

Como foi a atuação no Rotary Club de Teutônia?

Francisco – O Rotary é a síntese do sentimento de voluntariado. “Dar de si antes de pensar em si”. Dedicar seu tempo em prol do outro, na maioria das vezes desconhecido. Penso que todos deveriam um dia aderir ao conceito de Rotary, Lions e entidades do gênero. Uma oportunidade única para crescimento pessoal, como ser humano, para evoluir, enxergar o mundo de uma forma diferente. Tive a satisfação de passar por todos os cargos, sendo que no ano que estive presidente foi criada a Noite do Vinho, que já está na sua 19° edição e que contribuiu com diversas Entidades. Além disso, foi o marco inicial das atividades relacionadas ao meio-ambiente, com plantio de árvores e obtenção do Selo Verde de Carbono. 

Quais os principais desafios ligados à causa animal?

Francisco – Infelizmente, ela não é bem compreendida pela população. Os animais precisam ser compreendidos como seres vivos indefesos, que não têm voz para falar e suplicar por ajuda. A médio e longo prazos, o grande desafio é exatamente este: contribuir para criar uma geração futura que consiga compreender a questão. Por isso, a atual gestão implantou o programa Protetores Mirins, que está fazendo palestras educacionais nas escolas, com a finalidade de promover a cultura da proteção. A curto prazo, buscamos fortalecer parcerias com a prefeitura, empresários e comunidade, para prover os recursos necessários para mitigar os problemas. Infelizmente, a quantidade de abandonos e maus tratos atinge níveis absurdos. A demanda por castrações também é alarmante. Nesta gestão, construímos nosso canil próprio, sonho que perdurava há 18 anos. Mas seu dimensionamento ainda é insuficiente para atender a demanda. Ampliar o canil é imprescindível. Com planejamento buscaremos suprir outras demandas igualmente urgentes e importantes: a construção de um gatil e de um estábulo para abrigar equinos, além de uma clínica veterinária, com ala de recuperação pós-operatória, para prover atendimento mais rápido e adequado aos nossos pets e para a comunidade em geral. Desafios árduos, mas que, com persistência e ajuda de todos, conseguiremos vencer.

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