16 de outubro de 2025
22ºC | Tempo nublado

ILUSTRE CIDADÃ

“Quem não vive para servir, não serve para viver”

O quadro Ilustre Cidadã entrevista Maria Ledi Cardoso

07/08/2025 | 11:06
Maria Ledi Cardoso
Maria Ledi Cardoso

A técnica de Enfermagem Maria Ledi Cardoso, nasceu em Bom Retiro do Sul, na Fazenda Juliana, hoje município de Fazenda Vilanova. Tem um longo histórico no voluntariado em Teutônia. Aos 80 anos, completados em 25 de julho, é a presidente, pelo sexto ano, do Clube de Mães Lar da Amizade, e almeja ampliações futuras para o Lar de Idosos Opa Haus. Como presidente do Círculo de Pais e Mestres, obteve recursos para diversas melhorias na Escola Estadual Reynaldo Affonso Augustin. Foi coordenadora da Pastoral da Criança e integrou a diretoria da Comunidade Católica Nossa Senhora do Rosário, com sede no Bairro Canabarro, de 2013 a 2017.

Como foi a sua trajetória até chegar em Teutônia?

Maria Ledi Cardoso Nasci prematura, aos 7 meses. Minha mãe contava que o início não foi fácil, porque, na época, as crianças nasciam em casa. Aos 11 anos, meus pais me levaram para estudar no colégio de freiras, em Daltro Filho. Depois, fui transferida para Porto Alegre e trabalhei com as surdas/mudas no Instituto Frei Pacífico. Me tornei noviça aos 17 anos e fui designada a Soledade para ser professora. Não gostei e decidi não fazer os votos perpétuos porque não suportava lecionar. Retornei a Porto Alegre, casei, meus filhos (Zuleica e Carlos Agmar) nasceram lá e estudei para me tornar técnica em Enfermagem. Fomos transferidos para Estrela e, depois, para Languiru. Meu marido trabalhava na inspeção de carnes e leite. Isso foi no final da década de 1970. Desde 1982, resido aqui em Canabarro. Trabalhei na enfermagem e era responsável pelo almoxarifado na antiga Calçados Schaeffer, por 9 anos.

E como foi sua história com o salão de beleza?

Maria Ledi Percebi que a empresa não iria durar mais muito tempo e procurei um curso de cabeleireira para montar um instituto de beleza. Eu não queria ter que procurar trabalho, afinal, tinha dois filhos para sustentar. O salão funcionou por muitos anos aqui na minha casa, 

Como foi sua atuação na Escola Reynaldo Affonso Augustin?

Maria Ledi Na época que meu neto, o Nícolas, estudava na escola, assumi como presidente da Associação de Pais e Mestres. Naqueles três anos em que estive à frente, conseguimos fazer promoções e buscar doações para pintar o educandário, que nunca havia sido pintado. Através do lucro obtido por uma rifa e outras promoções que realizamos, reformamos o piso em oito salas, colocamos o letreiro em alto relevo, reformamos o laboratório e instalamos diversos toldos.

Desde quando vem sua ligação com o Clube de Mães Lar da Amizade?

Maria Ledi Isso foi antes ainda, por volta de 2005, quando levei meu neto na Escola Infantil Cirandinha. Me convidaram para ingressar no Clube de Mães, que é entidade mantenedora, e exerci diversos cargos, a partir de 2007. Fui presidente por quatro anos seguidos e agora estou indo para o sexto ano como presidente. Conseguimos melhorias importantes no Opa Haus, como construção do almoxarifado e da torre para a caixa d´água. Agora, na semana passada, recebemos o valor de uma emenda parlamentar de R$ 100 mil para melhorias no lar. Vamos elaborar um projeto e buscar mais recursos de emendas, pois temos o objetivo de construir cinco quartos individuais e também cinco apartamentos para casais, que gostariam de ter esta opção de hospedagem conjunta no Opa Haus. Também queremos construir um jardim de inverno, todo de vidro, para os residentes.

Qual é o sentimento pelo trabalho voluntário?

Maria Ledi É muito gratificante, a gente se sente útil, apesar da idade. É importante fazer alguma coisa, não ficar parado, esperando que o Alzheimer chegue. Correr atrás e ver as coisas sendo feitas me satisfaz. É como a frase de Mahatma Ghandi: ‘quem não vive para servir, não serve para viver’. A gente está no mundo para fazer algo, não para bonito. Temos que ajudar os outros para conquistar nossa cadeira no céu. Graças a Deus, eu não preciso de cuidados e posso ajudar.

Leia também as Edições Impressas.

Assine o Informativo Regional e fique bem informado.