Continuamos juntos no nosso passeio pelo mundo do som, da música, da voz e dos instrumentos – iniciado na coluna publicada neste espaço, na edição de 24 de outubro de 2024.
Seguindo a cronologia clássica, hoje falaremos da Idade Antiga: Grécia e Roma, bem como da Idade Média (que vai até meados do ano 1500 D.C.)
Na Idade Antiga, a música era considerada essencial para a educação do homem. A música era uma arte sim e, ao mesmo tempo, uma ciência.
A mitologia grega nos dá exemplo do poder da música com a lenda de Orfeu. Graças à sua destreza com o canto e os instrumentos musicais, ele conseguiu descer ao inferno para resgatar sua esposa, Eurídice. Com sua música, encantou os monstros e resgatou sua amada.
Pitágoras também foi personagem importante da música antiga. Ele foi um erudito e matemático, pai da escala diatônica (com sete notas musicais).
O Império Romano admirava a cultura grega e, por essa razão, adotou-a com preferência sobre as outras artes. No entanto, a importância que o povo grego havia dado à música, como ciência e arte indispensável para a educação do homem, desapareceu no mundo romano, que a considerou somente como entretenimento e espetáculo, algo parecido com os dias atuais.
Guido d’Arezzo foi o responsável por dar nome às notas musicais que usamos atualmente: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si.
Os principais instrumentos na Grécia e Roma Antiga foram divididos em três grupos: percussão, sopro e cordas.
No sopro, destacaremos o som da flauta de pan – formada por vários bambus, de diferentes medidas, que produzem notas distintas.
Na família das cordas, temos o monocórdio. Trata-se de um instrumento com uma corda somente, montada sobre uma caixa de ressonância.
A Idade Média tinha dois tipos de música: a música popular, que era interpretada por trovadores e menestréis – artistas populares, que cantavam histórias e lendas usando a voz e alguns instrumentos – e ouvida em castelos e cidades; e a música religiosa, que os monges interpretavam nas igrejas e monastérios.
Vamos falar um pouco sobre o canto gregoriano. Trata-se de uma música cantada por um grupo de monges em uníssono, ou seja, a uma só voz, sem acompanhamento instrumental, o que, na música vocal, chamamos de “a capela”, com um ritmo livre, que é adaptado a um texto em latim e a uma escala modal.
Segue agora uma revelação muito interessante sobre a história da música: Guido d’Arezzo (por volta do ano 1000 D.C.) foi o responsável por dar nome às notas musicais que usamos atualmente: dó, ré, mi, fá, sol, lá e si.
Para concluir, é importante frisar que, muito mais importante que os instrumentos musicais, naquela época, a voz era considerada algo divino, concedido pelos céus, digno de cantar as glórias a Deus.
Martin Altevogt Maestro