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LEGADOS CULTURAIS

Saudações musicais

Opinião de Martin Altevogt, maestro

04/04/2025 | 08:38

Continuamos juntos no nosso passeio pelo mundo do som, da música, da voz e dos instrumentos. Seguindo a cronologia clássica, hoje falaremos do Renascimento, que aconteceu por volta do ano 1500.

Teremos presente: a polifonia vocal, aperfeiçoamento dos instrumentos e técnicas para tocá-los, portanto foi um período de avanços significativos no conhecimento, habilidades e estilos. Um exemplo é a polifonia, que é a música que combina, simultaneamente, diversas vozes ou linhas melódicas, em oposição à homofonia, que possui somente uma voz – assim como no canto gregoriano.

Dentro da música sacra, foram criadas obras para canto em corais, muitas peças para serem interpretadas à cappella. Na música profana, temos uma variedade de canto, com muitas danças e peças apenas instrumentais. Em variados estilos, a proposta era trazer emoções e vários estados de espírito.

O Renascimento trouxe para a arte uma busca dos clássicos, um retorno aos ideais da Grécia antiga

e, sobretudo, uma necessidade de afirmação do homem além do âmbito religioso, que predominou no período anterior (Idade Média). Renasce a necessidade de ter a música presente na formação e na educação do homem. 

Temos dois compositores que se destacam nesse cenário: o primeiro chama-se Orlando Di Lasso – representante da escola holandesa. Ele escreveu música sacra, como missas, motetos, mas também música profana (nome dado à música popular da época), por exemplo, os madrigais, as chansons e as lieders; o segundo se chama Giovanni Palestrina – esse compositor italiano explorou a polifonia e buscou a clareza do texto, utilizando, geralmente, uma técnica denominada “cantus firmus”, uma melodia preexistente, utilizada como base de uma nova composição polifônica.

Na área dos instrumentos, temos uma separação, formando duas grandes famílias. Uma se dedicava à música popular e outra à uma música chamada culta, ou seja, esses instrumentos soavam melhor, eram mais bonitos e, muitas vezes, eram ornamentados e carregados de enfeites. Os principais instrumentos renascentistas eram: o alaúde, com cordas afinadas em pares uníssonos; a viola, com seis cordas, geralmente tocada na posição vertical; o cromorne, instrumento de madeira com um pequeno tampão encobrindo a palheta dupla, com som agudo; o cervalato, com palheta dupla e som grave; a sacabuxa, antepassado do trombone de vara; o trompete, que nessa época teve seu tubo dobrado, fazendo voltas, suas poucas notas eram obtidas através da pressão dos lábios; e os instrumentos de percussão, que incluíam: tamboril, tambor, tímpano, caixa clara, triângulo e címbalo.

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