Ex-vereador de Paverama por seis mandatos e líder comunitário, a trajetória de Antônio Cardoso de Vargas se mescla com o desenvolvimento de Posses, Fazenda São José e outras localidades. Por meio de muita luta política e ações voluntárias, ajudou a garantir direitos de comunidades vulneráveis situadas próximas ao limite com Teutônia. Ao lembrar do passado e das realizações, Antoninho diz estar satisfeito com o tanto que contribuiu para que outras pessoas pudessem ter uma vida melhor.
Como foi sua trajetória na política?
Antoninho Cardoso – Quando o município se emancipou, me candidatei. Na primeira vez não venci a eleição. Depois, foram seis mandatos seguidos como vereador. Morei seis anos nas Posses e há 54 anos resido na Fazenda São José. Sempre vi as necessidades desta comunidade, batalhei pelos direitos da população que reside aqui. Uma comunidade carente que necessitava muitas vezes o básico. Aos poucos fomos conquistando a creche, a escola. Cedi, por três anos, uma casa minha para que pudesse abrigar a primeira creche, a União e Força, por volta dos anos 80. Depois ela foi para um outro prédio. Conseguimos a doação de móveis e eletrodomésticos com empresários tanto de Paverama quanto de Teutônia. Foram muitos anos lutando pela Fazenda São José. Eu tinha crédito com as pessoas que moravam aqui, pois sabiam que eu ia lutar por elas. Era uma comunidade esquecida, por estar na divisa com Teutônia. A escola que era para ser de madeira batalhamos para ser de material. O mesmo fizemos pela escola das Posses. A luz que vinha de Taquari era precária. Conseguimos a luz da Certel para cá. Mas nunca fiz nada sozinho.
O senhor ficou muito conhecido pelas ações solidárias no Natal e Dia das Crianças. Como eram essas atividades?
Antoninho – A Vila Felipe também auxiliei muito, especialmente no Natal, durante 20 anos. Na primeira vez, minha esposa fez 20 cucas para distribuir às famílias. No ano seguinte já distribuímos farinha de trigo. No final, estávamos entregando a farinha de trigo mais um rancho. Ninguém ajudava aquela comunidade. Graças a Deus hoje está muito diferente. Nós também fizemos umas 10 festas para o Dia das Crianças. Eu colocava ônibus para buscar as crianças no interior. Ninguém gastava nada e todo mundo passava a tarde aqui. Tinha lanche, brinquedos. Tinha vezes que reunia mais de 400 pessoas.
Como o senhor se sente com tudo o que fez como vereador e como líder comunitário?
Antoninho – Me sinto realizado, pois sempre procurei atender a todas as pessoas, independente das questões partidárias. Gostava de estar presente na comunidade, pois só assim que se entende o que a população precisa. Sei que fizemos muitas coisas boas. O que eu tinha que fazer, eu já fiz. Se Deus quiser me chamar amanhã, eu estou contente.
O que motivava o senhor a ter uma atuação tão firme, tão intensa, pela comunidade?
Antoninho – Fui muito abençoado por Deus. Era difícil dizer ‘Não’. Que muito eu possa seguir nesta linha enquanto eu estiver vivo. Ajudei o que eu tinha que ajudar. Quando se vai morar num lugar onde está todo mundo bem, não precisa nada. Mas quando vai morar onde está todo mundo pedindo ajuda, você chega ao ponto de assumir este compromisso, de ser humano mais do que é preciso. Entrei na política para ajudar as pessoas, pois eu gostava de ajudar.