Vivian Cristiane Schaefer nasceu em 3 de setembro de 1975. Ícone da beleza feminina do Vale do Taquari, foi Garota Verão, famoso concurso da RBSTV, em 1991. Tem uma longa vivência na música, é bacharel em Direito, pela Unisinos, com especializações em Direito Ambiental e Economia da Cultura. Diretora de produção da área audiovisual durante 15 anos, a filha dos teutonienses Hilário e Lélia Schaefer, esposa do Rene Goya e mãe do Franco, hoje é produtora rural e de eventos, no Sítio Buraco da Lua, onde reside, em Taquara (RS).
Como foi a tua participação no Garota Verão e o que o concurso trouxe para tua vida?
Vivian Cristiane Schaefer – Na noite da vitória, quando voltei para Teutônia, houve comemoração e muita gente veio vibrar comigo. Minhas bochechas doíam de dor de tanto beijar e sorrir. Para uma jovem de 15 anos, foi uma forma de conhecer outros mundos, pessoas, jeitos de ser e de levar a vida. Também foi uma oportunidade de trabalhar, ganhando cachês, levando beleza e alegria aos lugares, espalhando brilho. Conheci grande parte do RS viajando para participar de eventos. Fazia as viagens com meu pai, o Hilário, que este ano está completando 80 anos. Foi ótimo ventilar, divulgar o nome de Teutônia aos quatro cantos. Naquele ano e seguintes, viajava muito a Porto Alegre e São Paulo para trabalhos em passarelas, publicidade, revistas de moda.
E a tua carreira musical?
Vivian – Bem jovenzinha, por volta de 9 anos, comecei a cantar na campanha pela emancipação de Teutônia e na primeira campanha para prefeito. Dali, foram participações em discos da cidade e programas de TV. Fazia aulas de canto e interpretação com o professor Airton Grave e participava de concursos de canto. Duas vezes seguidas, com o Grupo Vocal Vozes das Coxilhas, do CTG Rincão das Coxilhas, do Bairro Languiru, ganhamos o Fegart (o antigo nome para o Enart atual). Quando fui morar em Porto Alegre, segui fazendo aulas e fui backing vocal da banda de pop rock Videohits, que também teve projeção nacional. Daí, quis ter um filho e sai da banda, que acabou. Depois disso, segui cantando em peças de teatro, ou shows que montava, com temáticas de questionamento sobre vida, sempre querendo lembrar a plateia para olhar para dentro de si. Hoje, recém colocamos nas plataformas digitais um disco que lancei em 2006, “Viv e os Timoneiros, canções do novo mundo”.
Tens também uma carreira consolidada na produção audiovisual?
Vivian – Sim. Entre 2008 e 2018, resolvi focar na direção de produção audiovisual, função que desempenhei bem, realizando inúmeros documentários, DVDs musicais (fizemos o da Orquestra de Teutônia), séries de TV e publicidade, até que decidi que deveria focar nos eventos que gostaria que acontecessem no sítio, que adquirimos em 2002, ano que engravidei.
Qual é o teu envolvimento hoje com as causas ambientais?
Vivian – Sempre tive relação forte com a terra e a visão clara de que somos natureza e a ela devemos respeito. Desde a pandemia, quando fui morar no sítio, percebo mais claramente quanto nossa sociedade está alicerçada no capitalismo, numa sociedade de consumo de um planeta finito, e quanto a falta de acesso à terra e à abundância que vem dela está causando sérios problemas de desconexão com o que realmente importa na vida.
O que é o “Buraco da Lua” e como as pessoas podem conhecer?
Vivian – Nosso sítio hoje possui 15 hectares, na localidade de Morro Negro, em Taquara, local com mata nativa, mata de pinus, potreiro, cultivos, estufa, caixa de abelhas e três arroios. É um local em regeneração. No começo, o plano era fazer um spa holístico. Hoje, é um local para que as pessoas possam acessar a natureza e se sentir tocadas por ela. Temos duas cabanas e a casinha Arco Íris para alugar, salão, gramado, cascata a apenas 250 metros da propriedade e estamos a 65 km de Porto Alegre, ou duas horas de viagem de Teutônia. Realizamos eventos de autoconhecimento, yoga, meditação e medicinas da floresta. As pessoas também procuram o sítio para realizar ensaios fotográficos, porque a natureza que temos em volta é um verdadeiro privilégio. Hoje, estamos criando uma associação e em busca de associados, pessoas que gostariam de ter um sítio, mas que já perceberam, assim como nós, que temos que fortalecer o coletivo, a comunidade, pois só assim conseguiremos nos manter, produzindo o próprio alimento e gestando pequenos santuários de sanidade mental, ecológica e coletiva. Buscamos pessoas que gostam de trabalhar a serviço da regeneração. Para saber mais, é só acessar @buracodalua no Instagram.