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ILUSTRE CIDADÃO

“Seria muito bom termos um local próprio, no município, para fazer os eventos da terceira idade”

O quadro Ilustre Cidadão entrevista Otávio Hamester

06/03/2025 | 14:29 Atualização: 06/03/2025 | 14:31

Há 9 anos, Otávio Hamester, 76 anos, está à frente da diretoria da Associação dos Grupos da Melhor Idade de Teutônia. Muito prestativo e atuante, costuma participar de reuniões em todos os 15 grupos, levando os anseios dos cerca de 1050 idosos – que hoje são associados dessas entidades – ao poder público, através da parceria com a Secretaria Municipal de Juventude, Cultura, Esporte e Lazer. Conhecer 18 estados do Brasil e as viagens realizadas a 51 países lhe trouxeram uma grande bagagem de conhecimentos e aprendizados que leva para a vida.

Qual é a sua origem?

Otávio Hamester Sou natural de Linha Schmidt, Estrela, hoje município de Westfália. Quando eu era jovem, meu pai tinha salão de baile onde hoje é a sede do Fluminense. Depois, ele vendeu o salão e comprou terras na Linha Schmidt Alta. Trabalhei na lavoura e aprendi muito com meu pai, que era veterinário prático. Sempre participei de cursos, tinha muito interesse. Em 1972, fiz um curso de inseminação animal em Pelotas. Tentei trabalhar em empresas menores da região, mas não deu certo. Pouco tempo depois, comecei na Cooperativa Languiru, onde atuei mais de 30 anos. Depois, junto com o sócio Sírio Altmann (in memoriam), criamos nossa empresa, oferecendo serviços terceirizados para a cooperativa e para empresas de outros municípios. Quando completei 60 anos, decidi que estava na hora de parar de ir para a rua e fazer atendimentos.

Como surgiu a oportunidade de trabalhar com a terceira idade

Hamester Eu sempre trabalhei no interior, atendendo nas propriedades. Conhecia todas as pessoas. Na época do segundo mandato do atual prefeito, Renato Altmann, em 2016, o então secretário de Cultura, Ariberto Magedanz, insistiu para que eu assumisse esse trabalho de coordenação dos grupos, através da associação. Sempre foi um trabalho voluntário. Eu faço porque gosto e tenho, ao meu lado, uma diretoria muito participativa, composta pela vice-presidente Ilaine Brackmann, pela secretária Eni Hamester, pela vice-secretária Ivone Altmann, pela tesoureira Marise Schaeffer, pela vice-tesoureira Reni Lang e, no conselho fiscal, os titulares Elmo Bayer, Ilone Budke e Renato Wink, e os suplentes Gleci Dietrich, Waldemar Palm e Marlise Körner.

Como funciona esse trabalho?

Hamester No início, a associação era mantida pela prefeitura, mas, depois, com a mudança das leis, tivemos que nos organizar por conta. A associação não tem muita receita. É uma entidade que tem apoio do município, mas precisa andar com as próprias pernas. Temos CNPJ e trabalhamos no sentido de obter verbas – via Secretaria de Cultura – para organizar festas e eventos para os idosos, como a festa de São João e a festa do Dia do Idoso. Sempre no mês de maio, nos reunimos para definir a programação para o ano seguinte.

Quais os principais desafios para a manutenção dos grupos?

Hamester Temos 15 grupos, mas dois estão praticamente fora de funcionamento, principalmente em função da idade avançada dos associados, que não têm mais condições de assumir as diretorias. Cada entidade tem o seu sistema e os custos para se manter são o maior problema. A pandemia também atrapalhou muito, foi difícil retomar as atividades. No ano passado, em função da enchente de maio, não foi realizada a festa de São João. Mas, acreditamos que, neste ano, vamos retomar isso. Estamos tendo uma boa relação com a nova gestão municipal, com a secretária de Juventude, Cultura, Esporte e Lazer, Vanessa Carniel, e temos ótima expectativa para a sequência dos trabalhos. 

O que a terceira idade de Teutônia precisa?

Hamester Temos muitas ideias e queremos nos reunir também com o prefeito, para contribuir na área da cultura. Hoje, aqui em Teutônia, temos quatro grupos que não estão se acertando mais com suas comunidades e estão realizando seus bailes fora. Essa questão queremos levar à administração, porque seria muito bom termos um local próprio, no município, para fazer os eventos da terceira idade. Não precisa, necessariamente, ser exclusivo para os idosos, mas que houvesse um espaço para isso. Já olhamos, inclusive, vários pavilhões desativados e há boas opções, mas temos que ver se isso é viável para o município.

Como isso poderia funcionar?

Hamester – Para os idosos, assumir o trabalho nos bailes é difícil. Então, se houvesse um local próprio no município, poderia se criar uma equipe para trabalhar e cada grupo contribuir com uma porcentagem para manutenção (água, luz, limpeza, etc.). Essa equipe trabalharia nos dias de baile dos grupos. Acredito que isso iria funcionar.

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