A abertura gradativa do mercado de energia elétrica no Brasil abre novas oportunidades de negócios para a Certel. Com a legislação vigente desde janeiro de 2024, empresas com demanda contratada a partir de 30 kW, conectadas em alta e média tensão, podem escolher seus fornecedores de energia. Com essa mudança, a cooperativa sediada em Teutônia expande cada vez mais seu mercado de clientes, independentemente da área de atuação, agora com abrangência de território nacional.
Já são mais de 28.876,253 megawatts-hora (MWh) para 43 unidades consumidoras, em pouco mais de um ano dessa flexibilização no mercado energético. Por meio da Certel Comercializadora, a energia da cooperativa chega a estabelecimentos diversos, como produtores rurais, indústrias, hospitais e supermercados.
De acordo com o supervisor da Certel Comercializadora, Guilherme Rinaldi, a Certel se destaca no mercado livre de energia por sua expertise, oferecendo um serviço diferenciado, com relação próxima aos clientes, previsibilidade orçamentária e suporte técnico contínuo.
Com um estudo de viabilidade personalizado, a cooperativa identifica oportunidades de economia para cada cliente, garantindo uma transição segura e vantajosa para o mercado livre de energia. “Muitas empresas optam pela Certel pela força da marca e pela confiança no nosso modelo de gestão”, destaca Rinaldi.
Economia e eficiência
Entre os principais atrativos está a economia gerada: empresas que optam pela contratação direta podem reduzir em até 30% seus custos com energia elétrica. Conforme Rinaldi, em comparação ao mercado cativo — quando a energia é fornecida pela própria distribuidora local —, os clientes estão tendo uma economia média de 20%.
Essa redução permite que os clientes reinvistam no próprio negócio, ampliando sua competitividade, comenta o supervisor. “Com a ida ao mercado livre e a economia realizada, estamos percebendo um incremento de consumo dos consumidores de em torno de 17%”, analisa.
Setor em transformação
A Certel, que comercializa energia de suas usinas desde 2009, vem se preparando para esse novo cenário no setor energético brasileiro. Em novembro de 2022, recebeu autorização da ANEEL para atuar como Comercializadora. Os investimentos recentes para a ampliação da capacidade de geração de energia também visam atender ao aumento da demanda com o ingresso no mercado livre.
Segundo Rinaldi, esse mercado não é exatamente novo, mas ganhou relevância com as recentes mudanças regulatórias e a perspectiva de novas flexibilizações nos próximos anos. Antes de 2024, a possibilidade de contratação direta de energia era restrita a consumidores com demanda mínima de 500 kW.
“O limite é o Brasil. Podemos comercializar para quem tiver interesse em contratar a energia da Certel, pois todo o sistema energético do país é interligado”, explica o supervisor.
Visão de futuro
O mercado livre de energia representou 43% de toda a eletricidade consumida no Brasil em 2024, segundo o Boletim Anual da Energia Livre, da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel). O relatório aponta um consumo médio de 26.802 MW, um crescimento de 8% em relação ao ano anterior.
O avanço foi impulsionado pela migração recorde de 25.966 novas unidades consumidoras para o ambiente de contratação livre, totalizando 64.497 unidades — um salto de 67% em apenas um ano.
A expansão se deve, em grande parte, à portaria que entrou em vigor no início do ano, permitindo a escolha do fornecedor a todos os consumidores do Grupo A (média e alta tensão). O fortalecimento do mercado livre reflete a busca por preços mais competitivos e energia renovável, consolidando-se como um fator estratégico para a modernização e transição energética do país.
A previsão é que, em 2026, o mercado livre também seja aberto para consumidores de baixa tensão, como pequenos comércios e indústrias. Já em 2028, a expectativa é de abertura total, permitindo que consumidores residenciais e rurais também possam escolher seus fornecedores de energia.
Com 69 anos de história, a Certel segue inovando e investindo estrategicamente para se manter entre as principais cooperativas de energia da América Latina. Segundo Rinaldi, a comercializadora de energia reflete a visão de futuro da cooperativa, antecipando tendências e preparando-se para as transformações do setor.